segunda-feira, 23 de abril de 2012


Investigação revela que 95 por cento dos familiares das vítimas da queda da ponte de Entre-os-Rios sofre de "luto complicado"

Onze anos após a queda da Ponte Hintze Ribeiro, os familiares das vítimas sofrem todos de "luto traumático" e 95 por cento regista "luto complicado", indica uma investigação que será publicada em breve na revista norte americana "Death Studies".
"Noventa e cinco por cento das pessoas encontram-se em luto complicado e 100 por cento em luto traumático e com necessidade de apoio psicológico", disse hoje à Lusa Lúcia Ferreira, psicóloga clínica na área do luto e responsável pela investigação feita aos familiares das vítimas do acidente em Entre-os-Rios.


O estudo vai ser publicado, ainda este ano, na revista norte-americana "Death Studies".

A investigadora adiantou à Agência Lusa que, a partir de 05 de maio, uma equipa de psicólogos vai iniciar uma intervenção com os familiares das vítimas da queda da ponte de Entre-os-Rios e que os resultados desse trabalho vão poder ser utilizados como linhas de orientação em situações de catástrofe na União Europeia.

"A intervenção pioneira em Castelo de Paiva (...), se for eficaz, será disseminada a nível da Comunidade Europeia, servindo de `guide lines` em situações de catástrofe, como foi a situação de Entre-os-Rios", explicou Lúcia Ferreira, psicóloga e enfermeira, admitindo que, apesar de Portugal, "ser um país pequenino" pretende-se com este trabalho fazer algo com "valor internacional", porque "não existem `guide lines` eficazes".

O estudo era para ser feito a 50 pessoas, só que 30 por cento dessas pessoas "não conseguiram responder sequer aos questionários.

"O que me leva a querer que a amostra é bastante representativa", referiu.

A 04 de março de 2001, a Ponte Hintze Ribeiro, em Castelo de Paiva, desabou e morreram 59 pessoas.

Lusa23 Abr, 2012, 13:33

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