terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

É luso-descendente e tem origens no concelho
EMBAIXADOR DE FRANÇA EM PORTUGAL
VAI VISITAR CASTELO DE PAIVA

O Embaixador de França em Portugal, Pascal Teixeira da Silva, desde Setembro de 2010 a representar a pátria gaulesa no nosso país, vai visitar oficialmente o concelho de Castelo de Paiva no próximo dia 10 de Fevereiro, e a convite do Executivo Municipal, presidido por Gonçalo Rocha, será recebido nos Paços do Concelho, numa cerimónia em que, para além do Governador Civil de AveiroJosé Mota, estará também presente a Cônsul de França na cidade do Porto, Aude de Amorim.


Pascal Teixeira da Silva nasceu em Gironde – Bordéus, sendo o primeiro francês filho de português, oriundo de Castelo de Paiva,  a ocupar o cargo de Embaixador de França em Lisboa.
O diplomata domina bem língua portuguesa e diz que representar a França em Lisboa é “um orgulho particular e uma honra especial”, sendo também “ uma espécie de gratidão para os meus avós e para o meu pai, que morreu há 17 anos. Ele teria ficado muito orgulhoso. Para mim, é uma espécie de homenagem”, afirmou em entrevista logo após ter entregue as credenciais em Lisboa.
Pascal Teixeira da Silva é neto de António Teixeira, um lenhador de Castelo de Paiva, que emigrou para França entre as duas guerras mundiais. A nação gaulesa tinha perdido um milhão e meio de homens na Primeira Guerra Mundial e precisava de mão-de-obra.
“Gosto muito dessa dimensão. Sou diplomata francês, a minha mãe é de origem francesa, mas eu sou uma combinação e um exemplo de integração e das relações especiais entre os dois países”, sublinha o diplomata luso-descendente.
“ É uma relação especial de uma família que tem duas pernas, uma em França e outra em Portugal”, explica Pascal da Silva, sublinhando que “ é a primeira vez que a relação especial ao nível humano tem uma incarnação ao nível das relações diplomáticas” entre os dois países.
Pascal Teixeira da Silva aprendeu a falar português em adulto, como língua estrangeira, na universidade, a partir dos 19 anos, “um pouco” como o seu pai, que chegou a França com cinco anos, em 1933. “ O meu pai falava português, que era a sua língua materna, mas o pai dele, meu avô, que veio um pouco mais cedo, desde Castelo de Paiva, esforçou-se por falar francês, para facilitar a integração da família em França. De tal modo que o meu pai se esqueceu da língua portuguesa e, quando tinha 18 ou 19 anos, voltou a estudá-la, porque isso era uma parte da sua identidade ”.
Na sua geração, Pascal foi o único a aprender português, na universidade, aos 20 anos, “pelas mesmas razões”. “Segui o exemplo do meu pai mas também porque compreendi que é uma parte da história familiar e é uma espécie de enriquecimento e continuação de tradição e a possibilidade de manter o contacto com o resto da família em Portugal”, conta o Embaixador de França.
A relação com Portugal é também a da História, para um diplomata apaixonado por cartografia e que fala com entusiasmo da “energia incrível dos navegadores”. “ Impressiona-me a curiosidade que os europeus, particularmente os portugueses, mostraram. Um desejo de saber, de descobrir, de não ficar em casa, de conhecer os outros. As motivações foram diversas mas sempre houve uma curiosidade intelectual na aventura colonial, não apenas para fazer comércio ou adquirir novas terras”, afirmou quando chegou para cumprir a nova missão na capital portuguesa.
Este encontro, segundo o edil Gonçalo Rocha, mostra a vontade de promover um salutar intercambio com a realidade francesa e estimular as relações com esta potencia Europeia, que acolhe milhares de emigrantes portugueses, muitos deles oriundos do concelho de Castelo de Paiva, possibilitando também, a promoção e divulgação das potencialidades de Castelo de Paiva além fronteiras, permitindo que o Embaixador de França possa contactar empresários locais e conhecer empresas no território paivense, com actividade orientada para o mercado francês.
A recepção ao Embaixador de França está agendada para as 10 horas, no espaço do Salão Nobre dos Paços do Concelho, começando a cerimónia com uma actuação de um dueto da Academia de Musica de Castelo de Paiva, com os professores Hélderem guitarra e Fátima Neto em violoncelo, um Porto de Honra, seguindo-se visita e um almoço no Hotel S. Pedro.


 GIRP/Carlos Oliveira

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