segunda-feira, 2 de junho de 2008

“Tive regionalização com a queda da ponte”

Em entrevista ao Jornal Primeiro de Janeiro, no passado dia 1 de Junho, Paulo Teixeira, o Presidente da Câmara de Castelo de Paiva, fala da sua inocência quanto a venda dos terrenos da feira. O autarca refere, refere"Se eu tiver alguma culpa neste caso que seja condenado e se não que seja absolvido. Há pessoas que têm sites na net, o próprio PS em Castelo de Paiva todas as semanas lança notícias sobre isto. Entre outras coisas, o edil paivense, fala das dificuldades finaceiras, e das obras realizadas desde que entrou para a Câmara em 1999. Paulo Teixeira, fala no desemprego que nesta altura e segundo o mesmo se cifra nos 1100 desempregados e numa outra coisa que há muito vem reenvindicando que são as acessibilidades. O Presidente da Cârama, diz-se um acérrimo defensor da regionalização. E quanto aá sua recandidatura...Teixeira afirma "O partido quer, o meu julgamento não tem nada que ver com a câmara, portanto…"
Aqui fica na integra a entrevista concedida pelo autarca:
Paulo Teixeira volta a tribunal na próxima terça-feira. Um processo que dura há oito anos, em que é acusado de falsificação de documentos e burla. O presidente da Câmara de Castelo de Paiva reitera a sua inocência e deseja o fim do processo o mais rápido possível. De resto aponta o dedo a Mário Lino e pede mesmo a sua demissão.

Maria José Guedes
Está a ser acusado de falsificação de documentos e de burla qualificada. Na próxima terça-feira volta ao tribunal, um processo que já conta com quase oito anos…
Felizmente há duas semanas tive a oportunidade de apresentar a prova da minha inocência. Era uma coisa que estava à espera há oito anos. Esta queixa foi apresentada pelos vereadores do PS no início de 2000, e eu já fui a eleições duas vezes depois disso e eleito democraticamente. Carrego esta cruz há oito anos e como é em sede de tribunal que se prova a culpabilidade ou a inocência, estou ansioso que este processo chegue ao fim. Se eu tiver alguma culpa neste caso que seja condenado e se não que seja absolvido. Há pessoas que têm sites na net, o próprio PS em Castelo de Paiva todas as semanas lança notícias sobre isto. Este processo tem que ver com o seguinte: quando entrei na Câmara de Castelo de Paiva já tinha património. Perdi o meu pai aos 16 anos, nessa altura vivia aqui na Rua da Alegria e aqui estive até aos 32 anos, o meu irmão tinha 11 anos e a minha mãe 39 anos de idade quando ficou viúva. O meu pai tinha herdado dos meus avós, a minha mãe tinha herdado dos pais dela, por esse motivo houve um inventário de menores. Repare, eu tive um carro antes mesmo de ter a carta de condução. Perante o Ministério Público tive de fazer a prova, desde 1886, relativamente a um artigo que a minha família vendeu em 1999, porque a acusação diz que aquele artigo não existe e que eu inventei e falsifiquei uma certidão da conservatória e das finanças, e daí os dois crimes de falsificação de documentos e a burla a um terceiro, porque diz que fiz a escritura de uma coisa que não existia. Isto é a acusação. Desde que o meu pai faleceu que a minha família tem tudo nas mãos dos nossos advogados, que nos ajudaram, e mesmo esta escritura de 1999 passou por um escritório de advogados. Por isso foi tudo feito dentro da legalidade. Há um relatório de um perito, nomeado pelo tribunal de Castelo de Paiva em 2006 para apurar a verdade, e disto ninguém fala, e esse perito demorou três meses para fazer o trabalho que ditou que o terreno que a minha família vendeu nunca havia sido comprado pela câmara para o parque da feira. Que o terreno com existência física pertence aos herdeiros. Posso dizer que por morte do meu pai eu sou co-proprietário nos concelhos de Ílhavo, Águeda e Castelo de Paiva, e em mais do que um artigo. E ainda há dois anos apareceu um terreno na Costa Nova, em Aveiro, onde eu poderei vir a ter 6,25 por cento. Trata-se de um terreno que era do meu avô materno que faleceu em 1994. A minha família, mãe e tias, ninguém sabia. Estamos agora fazer o inventário adicional…
Contado assim parece de resolução tão evidente, porque está a demorar tanto tempo a sentença da justiça?
Infelizmente é assim. Oito anos são de mais. Eu sei onde é que a acusação e o Ministério Público querem chegar com isto. Sou uma pessoa incómoda para muita gente. E, por isso, desde que caiu a ponte que tenho esta factura para pagar. Há pessoas que não gostaram de ouvir o que eu disse a 4 de Março de 2001. A oposição desde então só fala da dívida da câmara e dos terrenos da feira.
A oposição diz que a câmara está falida devido à sua incompetência na gestão dos dinheiros, acusam a existência de um exagerado número de quadro técnicos superiores, de ordenados chorudos, e que o presidente dá emprego aos amigos… O Governo criou o gabinete técnico florestal, o que nos obriga a ter uma engenheira do ambiente. Criaram a rede social, aliás fomos dos primeiros concelhos do país a ter uma rede social, tivemos de ter uma assistente social para aquela área. Temos a comissão de protecção de menores que nos obriga a ter alguém da parte jurídica como também uma assistente social para acompanhar. Somos provavelmente o concelho com menos técnicos superiores. Temos a rede escolar do primeiro ciclo completamente servida a nível de refeições escolares, fazemos parcerias com as IPSS locais… Mas, naturalmente que as coisas positivas que acontecem em Castelo de Paiva não passam na comunicação social e claro que a oposição não as refere. Na óptica da oposição a única coisa que diz que eu fiz, e bem, foi a feira do vinho verde.
O que fez mais?
Esquecem-se da remodelação do edifício dos paços do concelho, pré-primárias que se fizeram, remodelação do parque escolar… Que fotografia se pode tirar a Castelo de Paiva depois da tragédia da queda da ponte?
O concelho está completamente diferente. Faço um desafio a quem quiser visitar Castelo de Paiva, eu mesmo faço a visita guiada e um dia não vai chegar. São mais de 400 obras em dez anos. Porque essa acusação da câmara estar falida já vem de longe. Mas está?
Naturalmente que temos dificuldades financeiras. O concelho não tem receitas extraordinárias, depende em mais de 85 por cento dos dinheiros que vêm do Estado. Temos 127 apartamentos e 6600 fogos. Se o dr. Saldanha Sanches fosse a Castelo de Paiva, como lhe disse um dia, se calhar não dizia que as câmaras dependem do imobiliário. Claro que essas traduzem receitas extraordinárias para os municípios, mas nós não. Nós pagamos para haver um investimento turístico, para haver uma fábrica. Ainda agora demos um terreno para uma fábrica. Está a ser construído um hotel, que irá ter isenção de IMI (imposto municipal imobiliário), tem 50 por cento de redução de taxas de construção…
A oposição pede a descida do IMI e diz que a abolição da taxa de aluguer dos contadores da água, desde 26 de Maio, foi em Castelo de Paiva substituída pela quota de utilização.
Desafio qualquer pessoa a ver as próximas facturas da água para verificarem se está mais cara ou mais barata do que estava.
Como vai ficar?
Sem qualquer alteração. Na mesma. Mas ainda regressando à questão dos técnicos e dos «jobs for the boys» bem…, o presidente da concelhia do PS trabalha na loja do cidadão em Aveiro. Quem o colocou lá foi o PS, porque agora quando teve de fazer o exame para uma loja do cidadão em Viseu teve sete valores. Por outro lado, uma das maiores reformas do País, em termos políticos, está em Castelo de Paiva, é o meu antecessor. Foi governador civil de Aveiro, é líder da Assembleia Municipal do PS. Por isso o número um do PS na Câmara Municipal, na vereação, está aposentado, depois de ter contado como tempo de serviço os anos em que foi vereador do PSD. As pessoas de Castelo de Paiva admiram-se como é que o líder do PS de Castelo de Paiva trabalha na loja do cidadão em Aveiro, está em Castelo de Paiva até ao meio-dia, faz o horário da parte de tarde…ele é que se calhar tem um job, porque agora candidatou-se a outros lugares e não foi apurado. Sabe, eu não tenho lugares para professores de história na câmara, mas ele entregou-me o curriculum para ver se eu lhe arranjava um. Mas isto não é por arranjos! As coisas fazem-se por necessidade. O Governo transfere competências para as câmaras, mas essas competências não vêm acompanhadas pelo respectivo invólucro financeiro. Só para as pessoas terem uma ideia, o meu secretário é técnico superior e quem o meteu lá foi o anterior presidente de câmara do PS que é primo por afinidade. Faço um desafio, se calhar temos uma dúzia de técnicos superiores a mais dos que existiam quando o PS estava na autarquia, mas as competências para as autarquias também aumentaram. Repare, naquela altura a câmara nem gabinete jurídico tinha! Os milhares de contos que se pagaram ao jurista da câmara que saiu da autarquia e foi exercer para as empresas do presidente cessante é hoje vice-presidente de uma câmara no distrito de Aveiro, pelo PS. Os seguros eram feitos pelo sogro do presidente, mas na altura não havia a Comunicação Social. O processo foi arquivado pela PJ e gostava de saber se houve transparência. E gostava de saber se em relação ao meu processo a reabertura do mesmo foi totalmente transparente por parte do Ministério Público.
Está a dizer que houve tráfico de influências?
No final vamos ver.
Castelo de Paiva continua a ser longe…
As estradas dentro do concelho estão melhores, porque há boicote do PS em Castelo de Paiva e muitas delas já podiam estar feitas! Neste momento os membros do Governo não vão a Castelo de Paiva por influência do PS de lá, porque acham que isso seria dar protagonismo ao Paulo Teixeira. Nos últimos três anos o governo esqueceu Castelo de Paiva. Esteve lá um secretário de Estado das Obras Públicas em 12 de Dezembro de 2005 e já houve milhares de contos de inaugurações de obras e não apareceu ninguém.
Como está o concelho face ao desemprego?
Temos neste momento cerca de 1100 desempregados. Houve um aumento de Dezembro para Janeiro deste ano, mas temos vindo a regredir cerca de 100 desempregados por ano. Temos dois projectos: um na área industrial e outro na área turística que vão criar mais 100 postos de trabalho. Temos mais uma unidade comercial com cerca de 30 postos de trabalho…sei que é pouco, mas se neste momento o concelho já tivesse as acessibilidades que nos prometeram desde a altura do eng. António Guterres… O IC35 é um projecto que está pronto desde 2006. Desde Entre-os-Rios até quase à portagem de Penafiel. Até um deputado do PS já perguntou ao ministro que interesses é que há para que a obra não avance. O concurso não foi aberto e nem sequer há dinheiro em PIDDAC. Portanto o senhor secretário de estado mentiu descaradamente. Neste momento estão a ser investidos em Castelo de Paiva mais de vinte milhões de euros em investimentos público/privado. Estamos a construir uma biblioteca municipal que vai ser inaugurada em Outubro…a cinco quilómetros de Castelo de Paiva, as Termas de S. Vicente recentemente inauguradas, está prevista a vinda de dez mil pessoas. Para o hotel da Quinta das Lágrimas, que é também inaugurado em Outubro, em cima da linha da água do Rio Douro e que demorou doze anos a passar por todas as entidades deste país para ser licenciada a obra, vão milhares de pessoas. O turismo religioso movimenta milhares de pessoas em Castelo de Paiva. No ano passado recebemos em termos de turismo fluvial, cinco mil e seiscentas pessoas. A Rota do Românico no Vale do Sousa, bem, espera-se mais de um milhão de pessoas. Tem 21 monumentos, vai desde Castelo de Paiva a Felgueiras, ao Mosteiro do Pombeiro…e vão fazer a estrada 106? Uma estrada que no ano passado nos levou a duas mortes porque a viatura do INEM não chegou a tempo a Castelo de Paiva? Eu fiz um desfio ao sr. ministro das Obras Públicas, ao «jamais» que só diz disparates. Ele que venha a esta região, que venha ao Vale do Ave, ao Vale do Sousa e vê pessoas a passar fome. Demitam o ministro Mário Lino, já chega de asneiras.
Há fome em Castelo de Paiva?
Há em todo o lado. Tenho casais no concelho que chegam ao fim do mês e não ganham. Tenho pessoas que não têm dinheiro até para pagar a factura da água porque têm os ordenados em atraso. Mas claro que quem está no Terreiro do Paço, e passa o tempo a fazer passeatas e a dizer asneiras destas…não conhecem a realidade do País. Quando o sr. primeiro-ministro disse que não há fome em Portugal, no Parlamento, eu saí da sala. Aquilo não é verdade. Castelo de Paiva está a 44 km do Porto e demora-se mais de uma hora a lá chegar. Com o IC35 vamos ficar a meia hora do Porto. Sou presidente há dez anos e não sei quantificar a importância desta via, tal é a sua dimensão. As acessibilidades fundamentais para o desenvolvimento do País. São urgentes para Castelo de Paiva.
É a favor da regionalização?
Claro, e não tenha dúvidas de que iríamos beneficiar e muito. Posso dizer que tive um pouco a regionalização quando se deu a queda da ponte. Chegava um ministro ou um secretário de Estado a Castelo de Paiva e perguntava o que era preciso fazer. É esta pré-primária? Íamos ao local, víamos, analisava-mos, a DREN dava o parecer e a obra aparecia. A regionalização é ter a capacidade de decisão próxima de quem está próximo das pessoas. Sou favorável a uma regionalização que não nos faça depender de sete distritos como eu dependo agora. Tudo o que seja reduzir para metade já era bom. Repare, para resolver um problema de estradas tenho de ir a Setúbal, agricultura tenho de ir Braga, Saúde vou a Coimbra, telefones tenho de ir a Penafiel, electricidade vou a Guimarães, Cultura é em Vila Real, CCDRN é no Porto, Governo Civil é em Aveiro, associação de pesca desportiva é no Porto, associação de futebol é em Aveiro…os nossos jovens de hóquei em patins levantam-se às seis da manhã de domingo para jogar às nove na Mealhada…como é que pode haver produtividade? Acima de tudo a regionalização iria trazer a proximidade. O eng. Mário Lino delegou os assuntos de Castelo de Paiva no secretário de Estado, este por sua vez delegou nos assessores.., mas o facto dos membros do Governo não conhecerem o terreno é transversal a todos os que por lá têm passado. O problema em Portugal é que as coisas andam desfasadas o tempo. Era importante ter o plano rodoviário nacional cumprido.
Vai recandidatar-se?
O partido quer, o meu julgamento não tem nada que ver com a câmara, portanto…Paulo Teixeira volta a tribunal na próxima terça-feira. Um processo que dura há oito anos, em que é acusado de falsificação de documentos e burla. O presidente da Câmara de Castelo de Paiva reitera a sua inocência e deseja o fim do processo o mais rápido possível. De resto aponta o dedo a Mário Lino e pede mesmo a sua demissão.

Maria José Guedes
Está a ser acusado de falsificação de documentos e de burla qualificada. Na próxima terça-feira volta ao tribunal, um processo que já conta com quase oito anos… Felizmente há duas semanas tive a oportunidade de apresentar a prova da minha inocência. Era uma coisa que estava à espera há oito anos. Esta queixa foi apresentada pelos vereadores do PS no início de 2000, e eu já fui a eleições duas vezes depois disso e eleito democraticamente. Carrego esta cruz há oito anos e como é em sede de tribunal que se prova a culpabilidade ou a inocência, estou ansioso que este processo chegue ao fim. Se eu tiver alguma culpa neste caso que seja condenado e se não que seja absolvido. Há pessoas que têm sites na net, o próprio PS em Castelo de Paiva todas as semanas lança notícias sobre isto. Este processo tem que ver com o seguinte: quando entrei na Câmara de Castelo de Paiva já tinha património. Perdi o meu pai aos 16 anos, nessa altura vivia aqui na Rua da Alegria e aqui estive até aos 32 anos, o meu irmão tinha 11 anos e a minha mãe 39 anos de idade quando ficou viúva. O meu pai tinha herdado dos meus avós, a minha mãe tinha herdado dos pais dela, por esse motivo houve um inventário de menores. Repare, eu tive um carro antes mesmo de ter a carta de condução. Perante o Ministério Público tive de fazer a prova, desde 1886, relativamente a um artigo que a minha família vendeu em 1999, porque a acusação diz que aquele artigo não existe e que eu inventei e falsifiquei uma certidão da conservatória e das finanças, e daí os dois crimes de falsificação de documentos e a burla a um terceiro, porque diz que fiz a escritura de uma coisa que não existia. Isto é a acusação. Desde que o meu pai faleceu que a minha família tem tudo nas mãos dos nossos advogados, que nos ajudaram, e mesmo esta escritura de 1999 passou por um escritório de advogados. Por isso foi tudo feito dentro da legalidade. Há um relatório de um perito, nomeado pelo tribunal de Castelo de Paiva em 2006 para apurar a verdade, e disto ninguém fala, e esse perito demorou três meses para fazer o trabalho que ditou que o terreno que a minha família vendeu nunca havia sido comprado pela câmara para o parque da feira. Que o terreno com existência física pertence aos herdeiros. Posso dizer que por morte do meu pai eu sou co-proprietário nos concelhos de Ílhavo, Águeda e Castelo de Paiva, e em mais do que um artigo. E ainda há dois anos apareceu um terreno na Costa Nova, em Aveiro, onde eu poderei vir a ter 6,25 por cento. Trata-se de um terreno que era do meu avô materno que faleceu em 1994. A minha família, mãe e tias, ninguém sabia. Estamos agora fazer o inventário adicional…
Contado assim parece de resolução tão evidente, porque está a demorar tanto tempo a sentença da justiça? Infelizmente é assim. Oito anos são de mais. Eu sei onde é que a acusação e o Ministério Público querem chegar com isto. Sou uma pessoa incómoda para muita gente. E, por isso, desde que caiu a ponte que tenho esta factura para pagar. Há pessoas que não gostaram de ouvir o que eu disse a 4 de Março de 2001. A oposição desde então só fala da dívida da câmara e dos terrenos da feira.
A oposição diz que a câmara está falida devido à sua incompetência na gestão dos dinheiros, acusam a existência de um exagerado número de quadro técnicos superiores, de ordenados chorudos, e que o presidente dá emprego aos amigos… O Governo criou o gabinete técnico florestal, o que nos obriga a ter uma engenheira do ambiente. Criaram a rede social, aliás fomos dos primeiros concelhos do país a ter uma rede social, tivemos de ter uma assistente social para aquela área. Temos a comissão de protecção de menores que nos obriga a ter alguém da parte jurídica como também uma assistente social para acompanhar. Somos provavelmente o concelho com menos técnicos superiores. Temos a rede escolar do primeiro ciclo completamente servida a nível de refeições escolares, fazemos parcerias com as IPSS locais… Mas, naturalmente que as coisas positivas que acontecem em Castelo de Paiva não passam na comunicação social e claro que a oposição não as refere. Na óptica da oposição a única coisa que diz que eu fiz, e bem, foi a feira do vinho verde.
O que fez mais?
Esquecem-se da remodelação do edifício dos paços do concelho, pré-primárias que se fizeram, remodelação do parque escolar… Que fotografia se pode tirar a Castelo de Paiva depois da tragédia da queda da ponte? O concelho está completamente diferente. Faço um desafio a quem quiser visitar Castelo de Paiva, eu mesmo faço a visita guiada e um dia não vai chegar. São mais de 400 obras em dez anos. Porque essa acusação da câmara estar falida já vem de longe. Mas está?
Naturalmente que temos dificuldades financeiras. O concelho não tem receitas extraordinárias, depende em mais de 85 por cento dos dinheiros que vêm do Estado. Temos 127 apartamentos e 6600 fogos. Se o dr. Saldanha Sanches fosse a Castelo de Paiva, como lhe disse um dia, se calhar não dizia que as câmaras dependem do imobiliário. Claro que essas traduzem receitas extraordinárias para os municípios, mas nós não. Nós pagamos para haver um investimento turístico, para haver uma fábrica. Ainda agora demos um terreno para uma fábrica. Está a ser construído um hotel, que irá ter isenção de IMI (imposto municipal imobiliário), tem 50 por cento de redução de taxas de construção…
A oposição pede a descida do IMI e diz que a abolição da taxa de aluguer dos contadores da água, desde 26 de Maio, foi em Castelo de Paiva substituída pela quota de utilização.
Desafio qualquer pessoa a ver as próximas facturas da água para verificarem se está mais cara ou mais barata do que estava.
Como vai ficar?
Sem qualquer alteração. Na mesma. Mas ainda regressando à questão dos técnicos e dos «jobs for the boys» bem…, o presidente da concelhia do PS trabalha na loja do cidadão em Aveiro. Quem o colocou lá foi o PS, porque agora quando teve de fazer o exame para uma loja do cidadão em Viseu teve sete valores. Por outro lado, uma das maiores reformas do País, em termos políticos, está em Castelo de Paiva, é o meu antecessor. Foi governador civil de Aveiro, é líder da Assembleia Municipal do PS. Por isso o número um do PS na Câmara Municipal, na vereação, está aposentado, depois de ter contado como tempo de serviço os anos em que foi vereador do PSD. As pessoas de Castelo de Paiva admiram-se como é que o líder do PS de Castelo de Paiva trabalha na loja do cidadão em Aveiro, está em Castelo de Paiva até ao meio-dia, faz o horário da parte de tarde…ele é que se calhar tem um job, porque agora candidatou-se a outros lugares e não foi apurado. Sabe, eu não tenho lugares para professores de história na câmara, mas ele entregou-me o curriculum para ver se eu lhe arranjava um. Mas isto não é por arranjos! As coisas fazem-se por necessidade. O Governo transfere competências para as câmaras, mas essas competências não vêm acompanhadas pelo respectivo invólucro financeiro. Só para as pessoas terem uma ideia, o meu secretário é técnico superior e quem o meteu lá foi o anterior presidente de câmara do PS que é primo por afinidade. Faço um desafio, se calhar temos uma dúzia de técnicos superiores a mais dos que existiam quando o PS estava na autarquia, mas as competências para as autarquias também aumentaram. Repare, naquela altura a câmara nem gabinete jurídico tinha! Os milhares de contos que se pagaram ao jurista da câmara que saiu da autarquia e foi exercer para as empresas do presidente cessante é hoje vice-presidente de uma câmara no distrito de Aveiro, pelo PS. Os seguros eram feitos pelo sogro do presidente, mas na altura não havia a Comunicação Social. O processo foi arquivado pela PJ e gostava de saber se houve transparência. E gostava de saber se em relação ao meu processo a reabertura do mesmo foi totalmente transparente por parte do Ministério Público.
Está a dizer que houve tráfico de influências?
No final vamos ver.
Castelo de Paiva continua a ser longe…
As estradas dentro do concelho estão melhores, porque há boicote do PS em Castelo de Paiva e muitas delas já podiam estar feitas! Neste momento os membros do Governo não vão a Castelo de Paiva por influência do PS de lá, porque acham que isso seria dar protagonismo ao Paulo Teixeira. Nos últimos três anos o governo esqueceu Castelo de Paiva. Esteve lá um secretário de Estado das Obras Públicas em 12 de Dezembro de 2005 e já houve milhares de contos de inaugurações de obras e não apareceu ninguém.
Como está o concelho face ao desemprego?
Temos neste momento cerca de 1100 desempregados. Houve um aumento de Dezembro para Janeiro deste ano, mas temos vindo a regredir cerca de 100 desempregados por ano. Temos dois projectos: um na área industrial e outro na área turística que vão criar mais 100 postos de trabalho. Temos mais uma unidade comercial com cerca de 30 postos de trabalho…sei que é pouco, mas se neste momento o concelho já tivesse as acessibilidades que nos prometeram desde a altura do eng. António Guterres… O IC35 é um projecto que está pronto desde 2006. Desde Entre-os-Rios até quase à portagem de Penafiel. Até um deputado do PS já perguntou ao ministro que interesses é que há para que a obra não avance. O concurso não foi aberto e nem sequer há dinheiro em PIDDAC. Portanto o senhor secretário de estado mentiu descaradamente. Neste momento estão a ser investidos em Castelo de Paiva mais de vinte milhões de euros em investimentos público/privado. Estamos a construir uma biblioteca municipal que vai ser inaugurada em Outubro…a cinco quilómetros de Castelo de Paiva, as Termas de S. Vicente recentemente inauguradas, está prevista a vinda de dez mil pessoas. Para o hotel da Quinta das Lágrimas, que é também inaugurado em Outubro, em cima da linha da água do Rio Douro e que demorou doze anos a passar por todas as entidades deste país para ser licenciada a obra, vão milhares de pessoas. O turismo religioso movimenta milhares de pessoas em Castelo de Paiva. No ano passado recebemos em termos de turismo fluvial, cinco mil e seiscentas pessoas. A Rota do Românico no Vale do Sousa, bem, espera-se mais de um milhão de pessoas. Tem 21 monumentos, vai desde Castelo de Paiva a Felgueiras, ao Mosteiro do Pombeiro…e vão fazer a estrada 106? Uma estrada que no ano passado nos levou a duas mortes porque a viatura do INEM não chegou a tempo a Castelo de Paiva? Eu fiz um desfio ao sr. ministro das Obras Públicas, ao «jamais» que só diz disparates. Ele que venha a esta região, que venha ao Vale do Ave, ao Vale do Sousa e vê pessoas a passar fome. Demitam o ministro Mário Lino, já chega de asneiras.
Há fome em Castelo de Paiva?
Há em todo o lado. Tenho casais no concelho que chegam ao fim do mês e não ganham. Tenho pessoas que não têm dinheiro até para pagar a factura da água porque têm os ordenados em atraso. Mas claro que quem está no Terreiro do Paço, e passa o tempo a fazer passeatas e a dizer asneiras destas…não conhecem a realidade do País. Quando o sr. primeiro-ministro disse que não há fome em Portugal, no Parlamento, eu saí da sala. Aquilo não é verdade. Castelo de Paiva está a 44 km do Porto e demora-se mais de uma hora a lá chegar. Com o IC35 vamos ficar a meia hora do Porto. Sou presidente há dez anos e não sei quantificar a importância desta via, tal é a sua dimensão. As acessibilidades fundamentais para o desenvolvimento do País. São urgentes para Castelo de Paiva.
É a favor da regionalização?
Claro, e não tenha dúvidas de que iríamos beneficiar e muito. Posso dizer que tive um pouco a regionalização quando se deu a queda da ponte. Chegava um ministro ou um secretário de Estado a Castelo de Paiva e perguntava o que era preciso fazer. É esta pré-primária? Íamos ao local, víamos, analisava-mos, a DREN dava o parecer e a obra aparecia. A regionalização é ter a capacidade de decisão próxima de quem está próximo das pessoas. Sou favorável a uma regionalização que não nos faça depender de sete distritos como eu dependo agora. Tudo o que seja reduzir para metade já era bom. Repare, para resolver um problema de estradas tenho de ir a Setúbal, agricultura tenho de ir Braga, Saúde vou a Coimbra, telefones tenho de ir a Penafiel, electricidade vou a Guimarães, Cultura é em Vila Real, CCDRN é no Porto, Governo Civil é em Aveiro, associação de pesca desportiva é no Porto, associação de futebol é em Aveiro…os nossos jovens de hóquei em patins levantam-se às seis da manhã de domingo para jogar às nove na Mealhada…como é que pode haver produtividade? Acima de tudo a regionalização iria trazer a proximidade. O eng. Mário Lino delegou os assuntos de Castelo de Paiva no secretário de Estado, este por sua vez delegou nos assessores.., mas o facto dos membros do Governo não conhecerem o terreno é transversal a todos os que por lá têm passado. O problema em Portugal é que as coisas andam desfasadas o tempo. Era importante ter o plano rodoviário nacional cumprido.
Vai recandidatar-se?
O partido quer, o meu julgamento não tem nada que ver com a câmara, portanto…

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