Adriano Manuel Gomes
Teixeira de Sousa, de 53 anos, não resistiu aos ferimentos
Madeireiro esmagado
por tronco em Sebolido
Um homem morreu, ontem de manhã, esmagado por um tronco que
tinha cortado momentos antes, numa quinta de Sebolido, Penafiel. Adriano Manuel
Gomes Teixeira de Sousa, de 53 anos e residente em Santa Eulália, Arouca, ainda
foi socorrido pelo irmão e pelos Bombeiros de Entre-os-Rios, mas foi dado como
morto no local do acidente. A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)
está a investigar o caso.
Declarado morto no local
“Ele ficou prensado contra um outro eucalipto que estava em
pé. Só o ouvi dizer ‘ai que ele matou-me’”, recordou Saúl Gomes de Sousa, irmão
da vítima.
Este homem estava com Adriano de Sousa a cortar eucaliptos
na Quinta da Moura quando aconteceu a tragédia. “Eu estava a cinco metros de
distância quando ele cortou uma das árvores. Quando esta bateu no chão fez
rolar um tronco em direcção ao meu irmão. Ele ainda tentou fugir, mas ficou
prensado entre o tronco e uma árvore”, descreveu.
Sozinho no meio de uma mata de difícil acesso e situada na
margem direita do rio Douro da freguesia penafidelense, Saúl Gomes de Sousa
ainda conseguiu soltar o irmão, mas pouco mais pôde fazer. “Subi o monte a
correr e vim pedir ajuda a um café. Quando regressei o meu irmão já estava
morto”, afirmou, visivelmente consternado.
Ao local ainda ocorreram os Bombeiros de Entre-os-Rios e uma
equipa do INEM que, no entanto, limitou-se a confirmar o óbito. “Quando o nosso
pessoal chegou ao local viu que já não havia nada a fazer. Mesmo assim, ainda
foram feitas manobras de reanimação”, contou o comandante da corporação, Luís
Neves.
Vítima estava a cortar árvores apenas na companhia do irmão
Adriano de Sousa foi atingido pelo tronco da árvore quando
estava a “cerca de 50 metros do rio” e num local pouco menos do que
inacessível. Por isso, foi com muita dificuldade que o corpo foi transportado
até à entrada da quinta. “A primeira opção era tirar o corpo de barco, mas
também aí tínhamos de desbravar o caminho de acesso. Mas depois como houve
muita gente a disponibilizar-se para ajudar, decidimos trazer o corpo até ao
caminho”, revelou Luís Neves.
Adriano de Sousa tinha comprado madeira ao proprietário da
quinta e estava, no dia do acidente, a cortar os eucaliptos com uma motoserra.
“Ele andava a cortar a madeira e eu estava a fazer-lhe companhia. Não andava
mais ninguém, pois os homens só vinham no dia seguinte com os tractores para levar
a madeira para cima”, afirmou Saúl Gomes de Sousa.
Jornal "Verdadeiro Olhar"
Inspectores da ACT estiveram no local para averiguar a forma
como aconteceu a morte e vão, agora, abrir um inquérito para apurar as causas.
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