Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa
1 e 2 de julho, Cinfães
No próximo fim de semana, 1 e 2
de julho, o Festival Confluências –
Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa monta o(s) palco(s) na Casa da Quinta
da Calçada, em Oliveira do Douro, no concelho de Cinfães. O programa para os dois
dias apresenta, como vem sendo habitual, concertos para pequenos e graúdos,
espetáculos de teatro e de marionetas para toda a família e criações musicais
colaborativas da comunidade. A entrada é gratuita.
No sábado, dia 1, “abre-se o
pano” às 15h30, com a peça de teatro Muita
tralha pouca tralha, com direção artística de Catarina Requeijo, em
coprodução com a Formiga Atómica Associação Cultural e o Teatro Maria Matos. Se
o Festival Confluências – Quintas do
Barroco do Tâmega e Sousa já anda em viagem desde maio, o casal Querido
está pouco habituado a viajar. No entanto, decide ir ver a sua sobrinha Manela
participar numa corrida de automóveis, mas antes da viagem é preciso preparar a
bagagem. É aqui que os problemas começam. Levam o quê? Pouca tralha? Muita
tralha? Apenas o essencial? Estas decisões difíceis podem complicar o início da
viagem. Só o início?... É o que vamos ver.
A partir das 16h00, escutaremos
Calcutá, ou seja, Teresa Castro, que viaja entre a folk, a psych, o surf rock,
em ambiente quase lynchiano, taciturno e aliciante; o virtuoso guitarrista
Marco Luz, de coração aberto para o céu; e Old Jerusalem, que depois de um
período de interregno desde 2011, regressou às edições discográficas com A rose is a rose is a rose.
À noite, pelas 21h45, os Dead
Combo tomam conta do palco principal. A sua música é indissociável dos espaços
(físicos e mitológicos) que a geraram. Sem letras nem palavras, o duo de Tó
Trips e Pedro Gonçalves canta o Tejo e Lisboa, Portugal e o Mediterrâneo, uma
África idealizada e a vastidão da América, imaginada em Itália nos westerns de
Morricone, majestosamente filmada por Wim Wenders e tocada por Ry Cooder.
Para cantarem estes retratos não
precisam de uma voz. Precisam apenas de uma guitarra e de um contrabaixo, que,
informados por uma certa vivência do rock’n’roll, conjuram anos e anos de
música e atravessam continentes, reunindo o fado e os blues na mesma canção. A Bunch of Meninos é o mais recente
capítulo de um dos mais belos e singulares corpos de trabalho produzidos em
Portugal ao longo da última década.
No domingo, dia 2, o Festival Confluências – Quintas do Barroco
do Tâmega e Sousa prossegue, às 15h30, com a atuação das Concertinas do
Vale do Bestança, um grupo cinfanense, seguindo-se, às 16h30, um espetáculo de
marionetas inspirado numa lenda do concelho de Cinfães – Lendas da nossa terra por Romão, o ancião: lenda do cantador –,
pela Limite Zero. Romão, que tem andado em digressão com Festival, é um
observador, uma entidade que caminha as terras deste país e observa. Romão é um
contador de estórias. E é também um ancião. Desde a mais tenra idade da
civilização que ele escuta e observa. Do seu local privilegiado, observa
discretamente, à medida que as lendas se desenlaçam e tomam forma. O seu olhar
atento nunca deixa escapar o pormenor, o detalhe, o humor... Por todas estas
razões, quem melhor que Romão para nos encantar com lendas e contos de tempos
passados, estórias que têm tanto de autêntico, como de verdadeiro ou educativo.
Às 17h30, o programa apresenta o
seu último espetáculo, fechando com o concerto de comunidade Terceiro Andamento. Resultado de uma
criação artística colaborativa entre três coletividades artística do Tâmega e
Sousa, em palco estarão o Curso Profissional de Música da Escola Secundária/3
Prof. Dr. Flávio F. Pinto Resende, de Cinfães, o Grupo Coral de Resende e o
Grupo de Cavaquinhos “Os Amigos de Vilar”, de Lousada, sob direção artística de
Ricardo Baptista e António Serginho e criação e composição de André Nunes e
Pedro Santos.
Terceiro Andamento insere-se no projeto artístico Sonatas e
Tocatas, que nasce do trabalho conjunto de alguns grupos musicais dos 11
municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa. Deste
trabalho resulta a apresentação de um conjunto de performances inspiradas nos
diferentes lugares onde acontecem, cruzando repertórios e abordando-os de forma
arrojada e contemporânea. Este é, ainda, um projeto de construção social e
cultural, que procura criar pontes dentro deste território e provocar novas
perspetivas acerca do património com que interage. Novas criações, concebidas
em conjunto, que partem da música e de repertórios locais, mas que convidam o
público a um novo olhar e a uma nova audição sobre a sua própria herança
cultural.
O Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa é um
convite a uma viagem entre a memória, o tempo histórico e a contemporaneidade,
guiada por propostas artísticas de reconhecido valor, que propiciarão
experiências únicas e irrepetíveis inspiradas nestes lugares, numa relação de
simbiose com o espaço, o tempo e o público. É um convite à deambulação pelos
jardins, matas e vinhas ao som artistas de referência nacional e internacional.
É um convite para descobrir lendas, crenças e imaginários e, em família,
construir novas memórias. É um convite para conhecer as comunidades e
coletividades culturais do Tâmega e Sousa, amplamente envolvidas e
comprometidas na construção do programa artístico do Festival, e beber dos seus
saberes e tradições.
Até 23 julho, durante os fins de
semana, percorrendo casas, solares e quintas de estilo barroco dos municípios
do Tâmega e Sousa, o Festival propõe concertos, espetáculos para famílias e
novas criações artísticas, envolvendo artistas de referência nacional e
internacional da música contemporânea e coletividades culturais do Tâmega e
Sousa.
O Festival Confluências – Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa é
promovido pela Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, em articulação com
os municípios que a integram, e em parceria com a Direção Regional de Cultura
do Norte e com a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.
Esta iniciativa é um projeto cofinanciado pelo Norte 2020, Portugal 2020 e
União Europeia, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Programa do Festival Confluências
– Quintas do Barroco do Tâmega e Sousa
A Casa da Soenga, em Resende,
recebe o Festival no fim de semana de 8 e 9 de julho. O programa inclui, no dia
8, a peça de teatro para famílias Mariela,
pela companhia Nuvem Voadora (15h360), um ciclo de concertos com Ana, Homem em
Catarse e Gobi Bear (16h00) e um concerto dos Birds Are Indie (21h45) e, no dia
9, uma atuação do Grupo de Bombos “BomMouros” (15h30), o espetáculo de
marionetas Lendas da nossa terra por
Romão, o ancião: lenda do sardão de Cárquere, pela Limite Zero (16h30), e o
concerto de comunidade Terceiro Andamento
(17h30).
No penúltimo fim de semana, a 15
e 16 de julho, o Festival visita o Solar dos Brandões (Museu Arqueológico da
Citânia de Sanfins), em Paços de Ferreira. O programa inclui, no dia 15, a peça
de teatro para famílias Mito móvel,
por Vera Alvelos (15h00), um ciclo de concertos com Villa Nazca, The Partisan
Seed e Coelho Radioactivo (16h00) e um concerto de Noiserv (21h45) e, no dia
16, uma atuação das Castanholas de Freamunde – Pedaços de Nós (15h30), o
espetáculo de marionetas Lendas da nossa
terra por Romão, o ancião: lenda dos três sapinhos, pela Limite Zero
(16h30), e o concerto de comunidade Quarto
Andamento (17h30).
O Festival encerra o seu périplo
no Solar da Fisga, em Castelo de Paiva, no fim de semana de 22 e 23 de julho. O
programa inclui, no dia 22, a peça de teatro para famílias A Odisseia, por Jorge Loureiro e Leonor Barata (15h00), um ciclo de
concertos com Lourenço Crespo, Grutera e Minta & The Brook Trout (16h00) e
um concerto de Samuel Úria (21h45) e, no dia 23, uma atuação dos Amigos da
Sexta (15h30), o espetáculo de marionetas Lendas
da nossa terra por Romão, o ancião: lenda do Marmoiral de Sobrado, pela
Limite Zero (16h30), e o concerto de comunidade Quarto Andamento (17h30).
Cláudia Costa
CIM
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