Porto, 01 Dez (Lusa) - Pedro Ribeiro da Cunha, que se demitiu da presidência do grupo Investvar, disse à Lusa que receia "ter sido usado no processo para chegar às legislativas", estranhando a mudança de atitude do Governo."Tenho receio de ter sido usado neste processo para chegar às eleições", disse hoje à Lusa, acrescentando que, antes das legislativas, "toda a gente apontava para a viabilidade do grupo".O gestor afirmou que "foi feito um plano [de reestruturação] que é viável, em que os credores, os bancos, acreditaram, mas o principal actor, o Ministério da Economia, não quis acreditar".Pedro Ribeiro da Cunha apresentou segunda-feira a demissão da presidência do Investvar por considerar que tem sido marginalizado pelo Ministério da Economia, a quem cabe decidir o futuro do maior grupo português de calçado, que representa a marca Aerosoles."Bati com a porta e renunciei aos cargos que exercia no Investvar, pedindo a demissão ao conselho fiscal", revelou o gestor, que, em Março, foi escolhido pelo ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, para liderar o processo de reestruturação do grupo até então presidido pelo fundador, Artur Duarte. "O secretário de Estado nunca falou comigo, mas com a presidente do Sindicato [do Calçado] falou várias vezes. Preferiu falar com os sindicatos do que com a entidade patronal, o que me espanta no Ministério da Economia", criticou.Ribeiro da Cunha admite que se sentiu marginalizado, considerando que "não estava a fazer nada", referindo que "ontem [segunda-feira] foi a data limite para continuar a liderar este processo".O gestor disse desconhecer as intenções para a empresa: "Não faço a mais pequena ideia", afirmou, realçando que esperou 45 dias por "uma solução por parte do Estado" sem que o tivessem contactado. "O ministro disse que nunca tinha dito que tomaria uma decisão até ao final do mês, numa afirmação absolutamente fantástica, porque o secretário de Estado já tinha dito várias vezes que haveria uma resposta até ao final do mês", garante o gestor, que se manterá em funções até ao dia 31 de Dezembro. "Durante um mês vou continuar a ser presidente a não ser que seja substituído antes disso, porque o pedido de demissão produz efeitos legais no dia 31 de Dezembro", acrescentou. Em declarações à Lusa, Ribeiro da Cunha realçou "a tragédia social" dos cerca de 650 trabalhadores das três fábricas do grupo que têm os salários em atraso. "É horrível. Não pagamos os salários de Novembro, não pagamos o 13.º mês e a empresa não tem fundos para fazê-lo, o que é uma tragédia social. Há 650 trabalhadores que vão ficar numa situação dramática", referiu.O plano de viabilização, delineado pela consultora Roland Berger, prevê a conversão de 75 por cento da dívida (no valor de 40 milhões de euros) aos sete principais bancos em capital do grupo, que será dividido em duas empresas autónomas, com vocação industrial e comercial respectivamente. Em Fevereiro de 2010, chega ao fim uma relação de mais de 22 anos com os norte-americanos da Aerogroup, grupo detentor da marca Aerosoles, que a Investvar produzia e comercializava na Europa, Médio Oriente e África e que vai substituir pela recém apresentada MoveOn.
5 comentários:
Isto esta bonito....estamos já no inicio já do mês de Dezembro ...não há decisão....O presidente da Invertvar demite-se... da CM apenas e so...silêncio....que será destes trabalhadores?
E agora Gonçalo vais deixar-nos na miseria.O teu governo lixou-nos.Eu a mulher no desemprego,nem penses vir ao CoutoMineiro.Demos-te a vitoria e o teu governofez-nos isto.E agora...comovou pagaras prestaçoes da casa e carro?
O tono da junta agora ganha 2500euros ja nao quer saber de quem o pos la,o pessoal do Couto Mineiro
POde ser impressão mas parece me ver muita gente já arrependida e ter votado PS nas autarquicas...será verdadde?
Claro que há muita gente arrependida...é só tachos e tachistas...tanto falaram da Câmara anterior e em meia duzia de dias já fizeram pior!!!
palavras para quê?
São tachos e bem grandes (bem pagos)e tachistas portugueses!!!
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