quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Artur Duarte exige compensação para ficar com fábricas de Castelo de Paiva

OJE/Lusa
O fundador da Investvar, Artur Duarte, afirma que vai ser necessário renegociar as condições do acordo de viabilização da maior produtora portuguesa de calçado, uma vez "as condições de partida mudaram". "As condições podiam ser interessantes em Março, mas não são as mesmas", diz Artur Duarte, explicando que "as condições mudaram porque o grupo não conseguiu vender as duas fábricas de Castelo de Paiva" (a Ilpe Ibérica e Glovar). De acordo com o modelo de viabilização da Investvar, definido em Março, Artur Duarte ficava com duas das quatro unidades de produção mas, como a venda das duas fábricas em Castelo de Paiva não se concretizou, o fundador poderá ter de assumir toda a área industrial do grupo. "As condições têm de ser renegociadas, porque comprometi-me a ficar com duas fábricas, a de Esmoriz e da Índia, mas, neste momento, coloca-se um cenário diferente", avançou o fundador e um dos principais credores da Investvar, na feira de calçado de Milão. O empresário mostra-se disponível para ficar com as duas fábricas desde que receba contrapartidas para poder fazer a reestruturação, avançando que "mais tarde, pode procurar compradores, pelo menos, para uma das unidades fabris". "Estou disponível para fazer um esforço financeiro para que se mantenha grande parte dos postos de trabalho", acrescenta Artur Duarte, referindo-se à viabilização das duas fábricas paivenses. Artur Duarte afirma que vai aguardar que o acordo entre a Investvar, a banca e o Estado, através da AICEP e da Inovcapital, esteja concluído para "verificar as condições do acordo" para a cisão da Investvar em duas empresas. "Tenho de verificar que as condições de partida não são gravosas para daqui a uns meses não termos problemas", realça Artur Duarte, que em Março foi substituído por Pedro Ribeiro da Cunha na liderança do grupo de Esmoriz. O fundador da Investvar, que rescindiu contrato com os norte-americanos da Aerogroup, realça que ele próprio é "o principal interessado que as coisas se resolvam", uma vez que é um dos principais credores da empresa. "Não há menos empenho da minha parte", afirma, realçando que foi o autor do "plano b", com a criação da marca própria MoveOn, que vem substituir a Aerosoles após a rescisão do contrato com o grupo norte-americano Aerogroup. Pedro Ribeiro da Cunha reconheceu terça-feira que "se alguma parte [banca, Estado ou Artur Duarte] não assinar, não há acordo nenhum", sendo que o potencial desfecho passaria a ser a falência do maior grupo produtor de calçado em Portugal. De acordo com o presidente da Investvar a viabilização financeira, que prevê a conversão de 75% da dívida à banca em acções da empresa, "estará fechada antes do final de Setembro", prevendo que em Outubro o plano seja aprovado em assembleia-geral.

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