CM quer apostar na valorização e requalificação do
património classificado
DIRECTOR REGIONAL DA CULTURA ESTEVE DE VISITA
À “CASA DA BOAVISTA” EM CASTELO DE PAIVA
O Director Regional da Cultura do Norte, António Ponte,
esteve ontem em Castelo de Paiva, tendo protagonizado uma visita de trabalho à
Casa da Boavista, a fim de conhecer “ in loco “ este património
cultural de grande interesse para o município paivense, que deseja
ver concretizada a breve prazo, arequalificação, valorização e promoção
deste importante património classificado.
Recebidos pelo usufrutuário Viriato Soares de
Almeida, o presidente da edilidade Gonçalo Rocha e o
Vereador da Cultura, José Manuel Carvalho, acompanharam o
responsável da Cultura na Região Norte, neste contacto directo com o património
edificado da Casa da Boavista, outrora residência do Conde
de Castelo de Paiva, e ficaram a conhecer o avançado estado de degradação
em que se encontra este imóvel classificado, em virtude de não se registar
qualquer obra de conservação há vários anos, podendo avaliar também, a
importância de preservar de forma adequada, muito do valioso espólio que este
solar do século XVII ainda acolhe, tudo isto integrado num espaço privilegiado
no centro da urbe, com mais de 10 hectares de área.
Para o autarca de Castelo de Paiva é
urgente encontrar – se uma solução entre as partes, envolvendo o actual
usufrutuário e a raíz, que pertence ao Município, na perspectiva de
salvaguardar este importante património cultural, classificado como Imóvel
de Interesse Público pelo Decreto lei Nº 129/77 de 29
de Setembro, sugerindo num modelo de gestão sustentado, que possa potenciar uma
mais valia para o concelho, para a cultura e para o turismo local.
Recorde-se que esta era a residência do Conde de
Castelo de Paiva, integrada numa quinta com amplos e frondosos jardins,
cavalariças, garagens e área de arrumações. A casa central apresenta alçados
com cunhais boleados seiscentistas, e no segundo piso, tetos de madeira atribuídos
aos séculos XVII e XVIII, ficando o conjunto completo com uma capela,
consagrada a Santo António, no interior da qual se pode admirar um altar de
talha, já bastante degradado, tal como muitas outras peças de arte sacra que
ali estão depositadas.
A intervenção e o enquadramento para o financiamento para
esta requalificação do imóvel e espaços envolventes, estão a ser
trabalhados pelaCâmara Municipal de Castelo de Paiva, através do
"PO Norte 2020 “ – Património Cultural e o edil
paivense Gonçalo Rocha, refere que só recorrendo aFundos
Comunitários será possível criar condições de resolver este assunto,
até porque, mais do que nunca, o usufruto da Quinta da Boavista também
tem que ser tratado, sendo que, salienta o autarca, “ todos sabem quantos anos
tem este processo, conhecem a sua complexidade, mas é possível avançar neste
projecto de requalificação e valorização, continuando o trabalho que se está a
fazer, agora que há possibilidades neste novo quadro comunitário, que devem ser
aproveitadas “, evidenciando depois a colaboração e disponibilidade da Direcção
da Cultura do Norte, para ajudar neste propósito.
Os sectores cultural e criativo, numa lógica de crescimento
inteligente, inclusivo e sustentável, constituem vectores importantes da
estratégia Europa 2020, os quais por sua vez se desdobram em acções
como reconhecimento, requalificação, valorização, mediação e promoção do
património cultural material e imaterial, dinamização de Redes e Rotas,
museologia e indústrias criativas.
Assim sendo, e atendendo a que o Acordo de Parceria e
os Programas Operacionais do Portugal 2020 condicionam os
sectores indicados a um mapeamento das necessidades de intervenção e das
infra-estruturas passíveis de enquadramento nos Pactos para o desenvolvimento e
coesão, identificam-se agora as prioridades que o Município de Castelo
de Paiva quer desenvolver no âmbito deste projecto:
Requalificação, valorização e promoção do património
classificado :
1- Recuperação e valorização do edificado da Quinta
da Boavista enquanto monumento classificado, potenciando a criação da
Casa-Museu:
a) Inventariação e restauro/conservação de todo o
espólio/acervo existente (custo estimado 100.000 €);
b) Elaboração do Programa Museológico a apresentar na Rede
Portuguesa de Museus (custo estimado 50.000 €);
c) Recuperação/conservação do Solar da Boavista e Capela
anexa (interior e exterior) (custo estimado 400.000 €)
d) Recuperação/conservação da Fonte da Quinta de Boavista,
do séc. XIII (custo estimado 75.000 €)
e) Recuperação das áreas envolventes, nomeadamente os
jardins de bucho, para fruição pública (custo estimado 50.000 €)
2- Recuperação e valorização das infra-estruturas
associadas à Casa da Boavista, com sinalética e circuito de visita:
a) recuperação da Adega, à saída da Quinta da Boavista
e valorização da área envolvente – desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo
estimado 100.000 €);
b) recuperação do Solar de Gondim e valorização da área
envolvente - desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000 €)
c) recuperação da Casa da Torre e valorização da área
envolvente - desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000 €)
d) recuperação do Portal da Serrada e valorização da área
envolvente - desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000 €)
e) recuperação da Capela de Vegide e valorização da área
envolvente - desmatação, limpeza, alvenarias, etc. (custo estimado 100.000
€)"
Carlos Oliveira
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