Reclamando a construção do IC 35 e conclusão da Variante à
EN 222
CASTELO DE PAIVA PROMOVEU ONTEM MARCHA LENTA DE PROTESTO
GONÇALO ROCHA EXIGE QUE O GOVERNO ACABE COM O
ESTRANGULAMENTO RODOVIÁRIO DO CONCELHO
A Câmara Municipal de Castelo de Paiva promoveu ontem à
tarde, uma marcha lenta que juntou mais de duas centenas de viaturas, procurando
desta forma, “ demonstrar total indignação pela falta de compromisso dos
sucessivos Governos, relativamente ao nosso concelho e à nossa região, em
matéria de acessibilidades “, destacou o presidente da edilidade, Gonçalo
Rocha, à chegada a Penafiel, no final desta Acção de Protesto, que contou com a
presença de deputados do Partido Socialista e Bloco de Esquerda, autarcas
locais, dirigentes políticos e associativos, IPSS e muitos paivense e populares
de freguesias vizinhas que se associaram à jornada reivindicativa que, apesar
do mau tempo que se fez sentir, teve uma grande adesão.
Convocada pela autarquia de Castelo de Paiva, a Marcha
Lenta, teve inicio em Canedo, junto ao Nó de Acesso da A32 em Santa Maria da
Feira, evoluindo em direcção à urbe paivense, passando pela Variante à EN 222.,
prosseguindo depois, para norte, pela Variante à EN 224 com destino a
Entre-os-Rios, atravessando a ponte sobre o Rio Douro, pelo único troço
existente do IC 35, entrando no complicado corredor da EN 106, até à entrada da
cidade de Penafiel, num total de 47 quilómetros percorridos.
A acção, segundo o edil Gonçalo Rocha, pretendeu demonstrar
a lentidão que, ao nível de acessibilidades, se evidencia todos os dias
para entrar e sair do concelho e a
necessidade de melhores acessos de Castelo de Paiva à A32, em Santa Maria da
Feira, e à A4, em Penafiel, dizendo basta ao martírio diário que se traduz a
travessia da EN106, sendo que também, a autarquia de Castelo de Paiva reclama a
urgente construção do troço final de cerca de 9 quilómetros da Variante à EN
222 para assegurar a ligação ao nó da A32 e também da variante à EN 106,
conhecida como IC35, ligando Penafiel a Entre-os-Rios, “ duas ligações
fundamentais para o nosso tecido empresarial e para manter as nossas empresas,
criar e atrair novos postos de trabalho”, reafirmou o autarca socialista, insatisfeito com o
permanente desprezo que os governos têm evidenciado relativamente ao concelho,
não assumindo as promessas que foram sendo feitas desde a tragédia da Ponte de
Entre-os –Rios, daí o apelo ao Governo para que ponha cobro ao estrangulamento
rodoviário do concelho e que seja
assumido o curso definitivo deste problema.
Recorde-se que, há cerca de duas décadas que Castelo de
Paiva e Penafiel reclamam a construção do IC 35, sendo que, para o autarca
paivense, o troço anunciado entre Penafiel e Rans, não resolve o problema do
estrangulamento de Castelo de Paiva, nem perspectiva sequer, a ambicionada
construção na íntegra do IC 35 até Entre-os-Rios, desde sempre reclamado pela
população e assumido logo após a tragédia de 4 de Março de 2001.
“ Não aceitamos a solução que foi anunciada, pois o
município de Castelo de Paiva continuará arredado dos principais eixos
rodoviários do país. A não contemplação da zona mais a sul da EN 106, em
direcção a Entre-os-Rios, é a que apresenta mais estrangulamentos, com quase
14.000 veículos por dia, e níveis mais elevados de sinistralidade e com este
tipo de comportamento nunca mais vão existir os 40 milhões de euros para
concluir o IC 35 “, refere Gonçalo Rocha, que salienta que, a actual posição do
município de Castelo de Paiva nada tem a ver com questões partidárias, pois em
2010 também o autarca local já havia criticado Governo de Portugal, então do
Partido Socialista.
Segundo o presidente da edilidade, o bloqueio rodoviário de
Castelo de Paiva deve-se, em parte, à postura de António Ramalho, actual
presidente de Infraestruturas de Portugal, que tem tido postura inadmissível
face às pretensões legitimas deste município, só olhando para os números e não
se mostrando sensível às dificuldades deste concelho que foi fustigado por uma
das maiores tragédias do país, a derrocada da ponte de Entre-os-Rios, em 200,
não sendo concretizados os compromissos assumidos à data.
A população local mostra indignação por
António Ramalho não aceitar dar luz verde às duas infraestruturas rodoviárias
reclamadas por Castelo de Paiva, nomeadamente a ligação à A32 em Canedo (St.ª
M.ª da Feira), e à A4, em Penafiel e continuar a ignorar o estrangulamento
actual, o que muito prejudica o tecido empresarial e a economia do concelho e
da região, tendo em conta que, estas são obras fundamentais para servir uma
vasta região, também orientada para os territórios de Marco de Canaveses e
Cinfães e a zona sul do município de Penafiel.
Reclamando justiça, Gonçalo Rocha, referiu que, “ quem vive
em Lisboa está distante da realidade, por isso discordamos da estratégia
anunciada pelo Governo e vamos com certeza, fazer outras iniciativas de
protesto”, reafirmando que a população de Castelo de Paiva está cansada de
verificar, ao longo de vários anos, muitos anúncios, muitos projectos de
resolução, muitos documentos da Assembleia da República, mas em termos práticos
nada tem acontecido, por isso, “ estamos fartos e cansados de tanto anúncio e
tanta promessa. A nossa revolta começa a atingir níveis preocupantes”, avisou,
exclamando ainda que, “ a paciência dos
paivenses esgotou-se, num povo que é sereno, que tem conseguido sempre dar a
volta, mesmo em momentos muitos difíceis”,
sublinhando depois que, as críticas que tem feito ao comportamento dos
sucessivos governos, por não terem cumprido as promessas em matéria de
acessibilidades, “abrangem todos os partidos do arco da governação”.
Apesar do mau tempo, o autarca paivense faz um balanço
positivo da Acção de Protesto, recordando as mais de duas horas que demorou a
cumprir o percurso da marcha lenta, frisando ter ficado “demonstrada a
necessidade de melhores acessibilidades, com ligações rápidas aos grandes eixos
rodoviários do país”, acrescentando estar cansado de “conversa enrolada”, ao
mesmo tempo que assegurava a intenção de “manter o pé pesado, no sentido de
demonstrar ao país” que Castelo de Paiva “ainda existe”.
Carlos Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário