Banda Marcial de Bairros deu inicio ás comemorações do seu BICENTENÁRIO

A Banda Marcial de Bairros e os seus dirigentes no ano do bicentenário

              

Com a presença do Governador Civil de Aveiro

BANDA MARCIAL DE BAIRROS DEU INICIO ÀS COMEMORAÇÕES DO BICENTENÁRIo

* edil local considerou a filarmónica o “espelho” da freguesia

O Governador Civil de Aveiro, José Mota, e o presidente da CM de Castelo de Paiva, presidiram na tarde de Sábado, à cerimónia de abertura das comemorações do bicentenário da Banda Marcial de Bairros, onde se falou da história e das memorias desta prestigiada filarmónica, uma das mais antigas do distrito e até da região norte.

O programa, promovido no amplo e atractivo espaço de S. Lourenço, para além de um concerto da Banda Marcial de Bairros, contou com a participação da Banda Musical de Fornos e da Banda dos Mineiros do Pejão, assim como uma diversificada animação musical e cultural, onde colaboraram as restantes colectividades sedeadas na freguesia.

Na cerimónia evocativa dos 200 anos da Banda Marcial de Bairros, o Prof. Adário Correia congratulou-se com a efeméride e deixou uma mensagem de esperança a todos aqueles que, de uma forma ou outra, dão o seu contributo para o sucesso da filarmónica que já soma dois séculos de existência e actividade ininterrupta.

O dirigente falou da história da banda, de memórias e de dificuldades, realçando o apreço que merecem todos aqueles que ajudaram, ao longo de 200 anos, à sobrevivência da agremiação e a consolidar a banda, granjeando o prestigio que todos lhe reconhecem, traduzido no êxito que tem obtido em todo o território nacional e além fronteiras.

Os primórdios da banda mereceram o destaque de Adário Correia, que enalteceu os seus beneméritos e não deixou de destacar todo o trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos tempos, reclamando o melhor apoio para a filarmónica bairrista.

Já Rodrigo Pereira teve a grata tarefa de fazer o historial da banda, numa breve resenha que passou em relevo a sua génese em 1810, evidenciando os valorosos homens que estiveram na sua fundação, realçando momentos de gloria e de dificuldades, tempos difíceis em que a colectividade conseguiu superar atribulações e manter a sua actividade e prestigio, afirmando-se como grande referencia cultural da freguesia e do concelho.

O autarca local, António Costa, não deixou de recordar os fundadores, directores, músicos e colaboradores da Banda de Bairros, manifestando o seu orgulho em ser autarca numa data tão significativa para a freguesia, rica na dinâmica associativa e no bairrismo da sua gente, onde a filarmónica local é o bastião máximo da cultura bairrista, deixando a sugestão que a colectividade merece ser distinguida ao mais alto nível municipal, enquanto Daniel Rocha falou da filarmónica e do ensino da musica, destacando a importância cultural que a agremiação representa para a freguesia.

Já o presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, louvou a colectividade, que sempre soube ser, na lonjura dos tempos, exemplo de tenacidade, de trabalho, abnegação e de hospitalidade, evidenciando depois o agrado da sua presença neste acto solene como forma também de prestar uma justa homenagear à multiplicidade de pessoas que, desde 1810, ao longo de dois séculos, trabalharam e sofreram para erguer e manter viva e pujante esta Banda Marcial, nomeadamente:

- Os maestros (ou, mais popularmente, os regentes) que desde António da Silva Gouveia até aos dias de hoje, dirigiram a Banda, com maior ou menor êxito ou aprovação; os dirigentes e colaboradores, que não pouparam esforços para suplantar dificuldades, para manter activa a colectividade e os músicos, muitos autodidactas e muitos outros formados nas escolas da Banda, que ao longo de cinco gerações compuseram elencos e foram pilares fundamentais da sua existência.

Gonçalo Rocha aproveitou o momento para entregar uma Salva de Prata alusiva ao bicentenário e prestou uma homenagem e justo reconhecimento, “ por terem construído este património sócio – cultural, porque se constituíram verdadeiros agentes do serviço público, por terem contribuído para o engrandecimento da cultura e para a divulgação do nome de Castelo de Paiva “, não esquecendo também, “ os entusiastas indefectíveis, que sempre defenderam e apoiaram a Banda, se empolgaram nos despiques, que percorreram distâncias desmedidas para a incentivar e para a apreciar sempre com o mesmo enlevo “.

O edil paivense, estendeu o seu elogio à população de Bairros, que se revê na Banda com orgulho e que a patrocina na sua actividade, sendo que, a Banda de Bairros é o espelho desta freguesia: combativa, diligente e empreendedora, que enfrenta as agruras e as adversidades, e segue em frente com vontade renovada.

O autarca considerou depois que, “ Castelo de Paiva precisa de colectividades e de instituições sólidas, dinâmicas, empreendedoras, que se impuseram no tempo, criaram raízes, moldaram e impulsionaram vivências, contribuíram para uma sociedade mais justa e solidária, concorreram decisivamente para fixar costumes e tradições, para dinamizar a cultura “, para concluir que, “ assim foi sempre, e continuará a ser certamente, a acção da Banda Marcial de Bairros, que durante a sua provecta e linda idade de 200 anos tem sido um porta-estandarte, uma embaixatriz desta freguesia, do nosso concelho, da região a que pertencemos, e até do país “.

Gonçalo Rocha abordou a sugestão para agraciar a Banda Marcial de Bairros com a medalha de ouro do Município por altura deste seu aniversário, salientando que não o surpreendeu esta sugestão, pelo merecimento que resulta do seu relevante contributo para o desenvolvimento social e intelectual do concelho, e que lhe valeu há 17 anos (em 24 de Junho de 1993) a Medalha de Prata de Mérito Municipal.

Por ultimo, também o Governador Civil de Aveiro se congratulou pelo facto de, no concelho que o viu nascer, existir uma banda de música com duzentos anos de história, uma efeméride que muitas colectividades desejariam concretizar, deixando uma palavra de estima a todos aqueles que, sempre deram o melhor de si, pela existência desta agremiação, que tem sido um baluarte na cultura local, relevando a sua mais valia na área da formação musical, orientada para uma salutar estratégia de dar aos jovens uma ocupação válida e de grande interesse cultural.

José Mota aproveitou a ocasião para anunciar que, no âmbito dos 175 anos do Governo Civil de Aveiro, a capital do distrito vai receber um grande desfile das bandas de musica existentes no território aveirense, como forma de reconhecimento público pelo honroso e notável trabalho que estas colectividades musicais tem desenvolvido através dos tempos, merecendo por isso, uma justa exaltação ao mais alto nível.

Para além do apoio da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, a iniciativa contou com o apoio da Junta de Freguesia local e das associações da freguesia.

GIRP/Carlos Oliveira