Sete adegas cooperativas da região dos Vinhos Verdes anunciaram hoje, no Porto, a criação de uma sociedade para gerir, promover e comercializar a sua produção, com o apoio do Prodere - Programa de Desenvolvimento Rural do Continente 2007/2013.
A Viniverde - Promoção e Comércio de Vinhos Verdes, SA foi apresentada numa cerimónia presidida pelo ministro da Agricultura, Jaime Silva, que garantiu que a sociedade será apoiada, em montante que não revelou, através da medida 1.2 do Prodere.
"Queremos entrar em funcionamento já nesta campanha, o mais tardar em 01 de Outubro", disse à agência Lusa António Azevedo, vice-presidente do Conselho Geral e de Supervisão da Viniverde, que reúne as adegas cooperativas de Ponte da Barca, Barcelos, Famalicão, Basto, Castelo de Paiva, Lousada e Penafiel.
António Azevedo referiu que a criação da Viniverde visa "criar economias de escala, reduzir custos, pagar atempadamente aos produtores e melhorar a competitividade, a imagem e a qualidade".
"Precisamos de ter dimensão", afirmou, sublinhando que, contudo, a criação da sociedade não implica a fusão de adegas nem o desaparecimento de marcas.
A Viniverde vai arrancar com um capital social de 50.050 euros, repartido em partes iguais pelas sete cooperativas, e não terá sede própria, dado que vai utilizar as instalações de cada adega.
A região dos Vinhos Verdes tem 33 mil hectares de vinhas, pertencentes a 37 mil produtores, havendo ainda 20 adegas cooperativas - embora algumas já inactivas - 3.300 marcas e 650 outros agentes económicos ligados ao sector.
A dispersão de produtores e marcas levou 12 adegas cooperativas a criarem, em Junho de 1993, uma associação, Regiverde, já com o objectivo de aproveitar sinergias, mas a experiência não evoluiu para uma gestão comum, como se pretende agora.
António Azevedo, que preside à Regiverde - União das Adegas Cooperativas dos Vinhos Verdes e à Adega Cooperativa de Castelo de Paiva, reconheceu que a Viniverde poderia estar a nascer já com mais associados, como chegou a ser negociado, mas realçou que nada impede que as restantes adegas venham a aderir mais tarde.
"É um projecto abrangente. Não se excluiu nenhuma adega", referiu, realçando as vantagens de integrar uma sociedade que terá no Conselho de Administração "pessoas altamente profissionalizadas, dinâmicas e que trabalhem por objectivos".
António Azevedo admitiu que há demasiadas marcas de Vinho Verde, que "confundem o consumidor" e "dão muita despesa", pelo que competirá aos gestores da Viniverde propor a eventual extinção ou fusão de algumas, decisão que, contudo, competirá a cada cooperativa।
Agência Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário