Autarquias e Ordem dos Advogados reuniram ontem em Lisboa
EDIL PAIVENSE REAFIRMA QUE O NOVO MAPA JUDICIÁRIO É UM ERRO E NÃO ACEITA ENCERRAMENTO DO TRIBUNAL DE CASTELO DE PAIVA
* Gonçalo Rocha
reclama que a Ministra da Justiça deve receber todos os autarcas e ouvir os
seus argumentos
O presidente
da CM de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, integrou o grupo dos representantes
dos 47 municípios que estão listados pelo Ministério da Justiça para ficar sem
tribunais, no âmbito da reorganização do mapa judiciário, que ontem reuniram em
Lisboa, com o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto, num encontro
que serviu para "trocar opiniões" sobre a proposta do Governo e
avaliar os argumentos dos municípios que protestam contra esta situação que
penaliza fortemente os municípios em causa.
O edil paivense mantém a sua total oposição à decisão
ministerial de encerrar o tribunal de Castelo de Paiva e partilha a opinião do
colega de Melgaço, que neste encontro representou a Associação Nacional de
Municípios Portugueses, destacando que, o que está em causa é ter ou não
serviços de proximidade, como é o caso dos tribunais judiciais, e neste caso,
congratulou-se que exista uma coincidência de opiniões entre os municípios e a
Ordem dos Advogados, admitindo uma "conclusão comum" na abordagem das
propostas que estiveram em cima da mesa.
Considerando que o novo mapa judiciário enferma de vários
erros, o autarca paivense destaca que, o concelho não pode ser mais penalizado
e a acessibilidade das populações à Justiça deve ser facilitada e não
dificultada, evidenciando ainda que, a Justiça deve incluir-se nos serviços que
mais próximos devem estar da população, daí considerar que esta proposta do
novo mapa judiciário é mais uma acção contra o interior e que penaliza
fortemente as populações que, cada vez se sentem mais abandonadas, por quem
tinha a obrigação de garantir um melhor nível da qualidade de vida.
Recorde-se que, o novo mapa judiciário poderá estar "no
terreno" em 2013, mas as alterações a adoptar serão definidas até 31 de
Julho deste ano, lê-se no despacho da Ministra Justiça, publicado a 20 de
Fevereiro em Diário da República que, recentemente, prometeu receber
individualmente cada um dos autarcas para analisar a delicada questão, querendo
remeter agora, para o seu Chefe de Gabinete.
A execução no terreno da nova estrutura judiciária deverá
ocorrer no ano de 2013, conforme refere em despacho a Ministra da Justiça, mas
os autarcas salientam que esta reforma não promove a melhoria do funcionamento
do sistema judicial e não potencia uma organização mais simples que, por essa
via, fosse também mais acessível ao vulgar cidadão, antes penalizando as
populações do interior, já de si a sofrer, cada vez mais, as consequências e os
efeitos de uma interioridade, que se acentua cada vez mais.
Neste propósito, os autarcas afectados por encerramentos de
tribunais no novo mapa judiciário, e que estiveram na capital nesta reunião com
Marinho e Pinto, falaram a uma só voz e rejeitam negociar com o chefe de
gabinete da Ministra da Justiça, João Miguel Barros, tal como está a ser agora,
proposto pela tutela. E segundo justificou Gonçalo Rocha, é certo que os
autarcas vão declinar o convite…
O autarca de Castelo de Paiva, após a reunião de ontem entre
autarquias e Ordem dos Advogados, mostrou a sua indignação e promete continuar
a lutar, por todas as formas, para impedir o encerramento do Tribunal de
Castelo de Paiva, destacando que, “ os autarcas devem reunir com quem decide.
Não faz sentido ser de outra forma, é um assunto demasiado sério e o que está
em causa é o interesse das nossas populações “, sendo que, a decisão foi tomada
“por unanimidade”, abrangendo os representantes das 47 autarquias afectadas.
O bastonário Marinho e Pinto enalteceu a luta, mostrou-se
solidário com as reivindicações do autarcas e considerou que fechar tribunais
no interior do país é “ um convite a que as pessoas façam justiça pelas
próprias mãos ”.
Carlos Oliveira/GIRP
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