“ MARCHA DE PROTESTO
“ATÉ AROUCA TEVE EXCELENTE ADESÃO
POPULAÇÃO PAIVENSE
REPUDIA O ENCERRAMENTO
DO TRIBUNAL DE CASTELO
DE PAIVA
Gonçalo Rocha promete
manter a luta em defesa da comarca local
Na tarde do passado
Domingo, autarcas e a população paivense estiveram unidos e protagonizaram com
sucesso, uma “ Marcha de Protesto “ até ao municipio de Arouca, evidenciando o
seu descontentamento e a sua forte indignação, face à recente decisão do
Governo em extinguir a Comarca de Castelo de Paiva e remeter para o concelho
vizinho, localizado a 27 km e separado por péssimas acessibilidades, os
serviços públicos do Ministério da Justiça.
Foram cerca de 300
viaturas e um autocarro repleto de paivenses que rumaram, pela velhinha EN 224,
até ao vizinho concelho de Arouca, para evidenciar a sua indignação por mais
este ataque aos serviços públicos sedeados no municipio de Castelo de Paiva.
O presidente da Câmara
Municipal de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, atempadamente fez saber que, não
aceita que o Governo decida de “ ânimo leve “, a extinção do Tribunal da
Comarca de Castelo de Paiva e mobilizou a população para percorrer o “ calvário
“ da principal acessibilidade até Arouca e mostrar a oposição quanto à
transferência dos serviços judiciais para Arouca e outros concelhos vizinhos.
A iniciativa, dinamizada
pela autarquia local, propunha-se demonstrar que o argumento apresentado pelo
Governo, sobre a tal “ boa acessibilidade viária entre os dois concelhos “ é um
perfeito disparate “, conforme classifica o presidente Gonçalo Rocha,
considerando que só há uma carreira de autocarro por dia de Castelo de Paiva
para Arouca e que a melhor opção disponível para utilizadores de viatura
própria é a EN 224, que " sempre foi conhecida pelas suas 365 curvas
".
O edil de Castelo de
Paiva defende que o argumento dos fáceis acessos viários "é um erro
crasso, grosseiro", e, por isso mesmo, afirma: " Acredito que a
Ministra da Justiça desconheça por completo a realidade e, quando tiver
oportunidade de a verificar, vai dar-nos toda a razão, sendo que o tribunal é
um elemento essencial da identidade de um concelho e nós temos que o preservar,
sob pena de o nosso município ficar cada vez mais pobre e desertificado ",
acrescenta o autarca, referindo-se à progressiva perda de serviços locais,
nomeadamente na área da Saúde.
Para o presidente
Gonçalo Rocha, "o argumento usado com base no Via Michelin - que é uma
ferramenta [de informação viária] que se usa vulgarmente na internet - não tem
nexo" e o Governo terá até "mais despesas se eventualmente prosseguir
com a sua proposta" - porque, não havendo transporte público para o novo
tribunal, quem recorre a apoio judiciário " terá que debitar ao Ministério
da Justiça despesas de táxi e de pernoita em Arouca, e isso vai ter
consequências muito mais graves".
Já em Arouca, na
escadaria do tribunal local, no final da marcha lenta, o presidente da Câmara
Municipal recebeu os paivenses e mostrou-se " solidário com o povo de
Castelo de Paiva".
José Artur Neves
garantiu que o concelho se sente " honrado por receber os seus vizinhos
", mas admitiu que a reformulação das comarcas "não vai resolver os
problemas de Arouca" e realçou que, “ o nosso tribunal irá certamente
passar a funcionar pior".
"Não faz sentido
deslocar as pessoas de um tribunal para outro, quando não há condições para
essa deslocação", argumenta o autarca local, que destacou que " temos
um bom espaço físico para acolher os serviços judiciais de Castelo de Paiva e
até os seus funcionários, mas, se hoje já é difícil tratar a Justiça de forma
atempada, depois disto também não me parece que a coisa vá melhorar ".
No ciclo de
intervenções, usaram ainda os deputados Pedro Filipe Soares, do Bloco de
Esquerda, e Pedro Nuno, do Partido Socialista, ambos mostrando também a sua
revolta por esta decisão e a sua solidariedade para com a justa revidicação da
população de Castelo de Paiva, em manter a sua comarca.
Para além da questão
viária, outro argumento utilizado na proposta de revisão do mapa judiciário que
prevê o encerramento do Tribunal de Castelo de Paiva é o facto de esse tratar
menos de 250 processos por ano. Gonçalo Rocha alerta, contudo, que, com base em
dados de 2008 a 2010, a estimativa do Governo para 2011 era que o tribunal
local tratasse 219 processos, " previsão que logo se provou errada, já
que, só nesse ano, Castelo de Paiva recebeu 343 ". As críticas do autarca
paivense estendem-se também à dispersão dos serviços judiciários locais por
outras comarcas - como Santa Maria da Feira, Vale de Cambra e S. João da
Madeira -, considerando que em Castelo de Paiva "há um tribunal que quase
não custou nada ao Estado e não lhe dá despesa praticamente nenhuma".
Numa altura em que a
Câmara Municicipal e os seus autarcas, intensificam a luta, continuando a
reivindicar a conclusão das acessibilidades que o concelho ainda carece,
nomeadamente a Variante à EN 222 e o IC 35,
“ vir dizer que temos bons acessos rodoviários para Arouca, para onde
nem transportes públicos existem, além de rídiculo, só pode ser uma ofensa contra
a população paivense, coisa que não aceitamos e merece o nosso veemente repúdio
e a nossa indignação “, destacou o edil Gonçalo Rocha, que promete manter
firmeza na contestação a esta proposta governativa.
Recorde-se que, em termos de
transportes públicos, de segunda a sexta – feira, a vila de Castelo de Paiva só
tem uma ligação com o vizinho concelho de Arouca, ás 17h30, assegurado pela
TRANSDEV, o que equivale a dizer que, se os paivenses sem transporte próprio,
tiverem que tratar assuntos de justiça no Tribunal de Arouca, têm que ir de
véspera e pornoitar no concelho vizinho para serem atendidos no outro dia…e
para regressar só voltam a ter autocarro no dia seguinte, ás 6h20 da manhã…ou
optar por um serviço de táxi que tem um custo demasiado dispendioso e
incomportável para a maioria dos paivenses.
Com a nova reorganização do mapa
judiciário, nomeadamente na proposta apresentada para o distrito de Aveiro, os
paivenses ficam com os serviços judiciais espalhados por vários concelhos,
sendo que na Secção Cível e nas áreas Criminal e Tribunal de Trabalho, passa
para Santa Maria da Feira, para S. João da Madeira no que diz respeito ao
Tribunal de Comércio e Familia e Menores, para Vale de Cambra referente ao
Tribunal de Execução e para Arouca, relativamente à Instancia Local –
Competência Genérica…elucidativo, sem dúvida!!!
GIRP/Carlos Oliveira
O número de viaturas deve ser proporcional aos manifestantes (300000)da CGTP, no último sábado , no Terreiro do Paço, em Lisboa. É que parece que esses manifestantes foram pouco além dos 10% dos ditos 300000.A cartilha é a mesma, assim sendo,o ridículo não mata.
ResponderEliminarNão entendo como foram 300 viaturas (nr. tão preciso!?) e apenas estavam menos de uma centena de pessoas na concentração.... Não sou a favor do encerramento do tribunal, mas não me parece que seja esta a atitude mais concertada para protestar... muito menos com promoção e original da Câmara... Há tanta coisa que a Câmara não faz e podia fazer, e deixavam-se destas "politiquices" que são, apenas, palha para boi dormir....
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