A Misericórdia de Penafiel não conseguiu vender nenhum dos quatro terrenos que leiloou hoje para tentar arranjar dinheiro para obras num lar da terceira idade exigidas pela segurança social.
O provedor Júlio Mesquita disse à Agência Lusa que apareceram poucas pessoas na sala onde se realizou o leilão e nenhuma aceitou pagar o valor que a instituição pedia pelos terrenos.
“Estamos obviamente desapontados”, afirmou, atribuindo a falta de interessados à crise que afeta a economia.
A Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, uma das mais antigas do País, não tem dinheiro para suportar os encargos de uma remodelação exigida pela tutela no lar de Santo António dos Capuchos, onde estão internados 48 idosos.
A receita da venda dos quatro terrenos, estimada em cerca de 300 mil euros, poderia ajudar a instituição a suportar os custos da remodelação.
A obra, que tem comparticipação garantida da tutela, vai custar cerca de 1,5 milhões de euros, tendo a Misericórdia de assumir 550 mil.
A esta dificuldade acresce outra relacionada com a realização de obras de remodelação na Igreja de Santo António dos Capuchos, englobadas no programa de regeneração urbana da cidade. O provedor revela que essa intervenção, que vai arrancar já em outubro, também é comparticipada por fundos da União Europeia, mas a Misericórdia terá de assumir 100 mil euros de investimento.
“De um momento para o outro vamos ter de arranjar mais de 600 mil euros”, lamentou-se, lembrando que da anterior Mesa Administrativa herdou “muito património, mas os cofres vazios”.
Questionado sobre o que fazer agora, o provedor disse que terá de se recorrer ao que chamou “Plano B”, que passa pelo pedido de um empréstimo à banca.
Júlio Mesquita disse estar certo que as instituições de crédito não deixarão de colaborar nesta situação, aceitando como garantia o património da Misericórdia de Penafiel.
APM.
Lusa/fim
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