No Festival realizado em Nespereira
Actor António Capelo “deu lição” de teatro
aos jovens actores da Casa do Povo
O conhecido actor português António Capelo, natural de Castelo de Paiva e uma das figuras de proa do teatro nacional, famoso pelas suas participações em séries televisivas e nas telenovelas da TVI, foi o “ padrinho “do Festival de Teatro Patrícia Andrade, uma iniciativa da Casa do Povo de Nespereira, em Cinfães, que teve grande adesão popular e ultrapassou as expectativas da organização.
“ Histórias da minha aldeia “, pelo grupo de teatro “ Turma da Noite “, “ Só o Faraó tem alma “ pela companhia de Teatro Amador de Pombal, “ O Cameleão e as batatas mágicas “, pelo grupo “ Pés na Lua “, e “ O Auto do Absinto “, pelo Grupo de Teatro da Casa do Povo de Nespereira, foram as peças que subiram ao palco nestes 4 dias de festival e recolheram os aplausos de centenas de espectadores que passaram pelo Auditório do Salão Paroquial de Nespereira, em Santa Marinha.
O actor António Capelo, professor e director da ACE – Academia Contemporânea do Espectáculo e Director Artístico e encenador do Teatro do Bolhão, conhecido pelo rigor das suas interpretações nas mais recentes telenovelas da TVI e séries da RTP, foi a grande atracção da jornada de encerramento do festival e aproveitou a ocasião para conversar com os jovens actores de Nespereirae deixar uma saudação de incentivo, estímulo e esperança, no sentido de continuarem o excelente trabalho que estão a desenvolver, dando uma verdadeira lição de teatro e de vida a estes jovens amadores que, na expressão dramática, protagonizam com sucesso, momentos de relevo na cultura nespereirense.
Encarado como um modo de acção cultural, o teatro de amadores permite estabelecer uma prática não só entre os actores que o constituem, mas também cria uma dinâmica especial entre o grupo e a comunidade junto da qual este actua e António Capelo fez questão de evidenciar que se deve evitar a referência a Teatro Amador, quando se deve valorizar a denominação de Teatro de Amadores, de forma a nao menosprezar a verdadeira essência da arte teatral, como agente de sociabilização.
Definindo em três palavras: criatividade, amor e trabalho, o actor nortenho entende que esta é a combinação certa que permite a sobrevivência do teatro de amadores, sendo certo que não é segredo que os apoios financeiros à actividade são cada vez mais escassos, criando dificuldades acrescidas a uma arte sustentada numa história de milénios, pelo que considera que o teatro de amadores deve “merecer um carinho especial” e contar com a dedicação de todos aqueles que desejam manter viva a paixao da representação.
Carlos Oliveira – texto e fotos