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sábado, 20 de junho de 2015

Vereador José Carvalho enalteceu trabalho desenvolvido
ACUP DE CASTELO DE PAIVA COMEMOROU O 13º ANIVERSÁRIO
 Associação passou a disponibilizar apoio psicológico aos ex-combatentes

A ACUP – Associação de Combatentes do Ultramar Português, sedeada em Castelo de Paiva, comemorou no fim de semana, o seu 13º Aniversário, numa cerimónia festiva que começou de manhã com uma concentração junto à Igreja de Sobrado, e um desfile até ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, localizado na zona urbana da vila, onde foi prestada a habitual homenagem  aos 27 militares paivenses que morreram na Guerra do Ultramar, terminando o programa com uma Missa na Igreja Paroquial de Real, e um almoço convivio, com animação musical.


            Para além do Vereador da Cultura, José Manuel Carvalho, em representação da CM de Castelo de Paiva, e outros autarcas locais, estiveram na cerimónia de Castelo de Paiva, os representantes da Liga dos Combatentes, da Cruz Vermelha Portuguesa, da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, Associação dos Prisioneiros de Guerra, Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, Associações de Combatentes de Vila do Conde, Tondela e Marco de Canaveses, presidente do Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva, Comandante da GNR de Castelo de Paiva, Padre Joaquim Soares, Coronel Jâra Franco, da AOFA, General Rui Rodrigues, entre outras entidades civis e militares.
Na cerimonia, abrilhantada pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva, destacaram-se as intervenções do presidente da ACUP, José Moreira, e dos representantes da Liga dos Combatentes, da Cruz Vermelha e da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, tendo o Vereador José Carvalho, evidenciado a sua satisfação por mais este momento festivo de aniversário da ACUP, recordando depois o empenhamento e a luta travada pelos seus dirigentes para projectar a associação a nível nacional, bem como enaltecer o excelente trabalho que tem sido desenvolvido junto dos ex – combatentes, ao nível do apoio nas mais diversas áreas de actuação civica e social.
Na sua intervenção, saudando os presentes na cerimónia, José Moreira destacou o testemunho de uma guerra que separou famílias, provocou inquietações, dor, sofrimento, originou um número incalculável de deficientes físicos, psicológicos, mentais, ceifou a vida a milhares de jovens portugueses que foram para a guerra sem saberem a razão e que o destino não quis que regressassem vivos às suas famílias.
Para este dirigente dos combatentes de Castelo de Paiva, “ este é mais um momento em que se impõe reconhecer os soldados portugueses que passaram pelo Ultramar, defenderam os ideais da Pátria e fizeram da distância e da saudade, uma arma de luta pela defesa do território, quantas vezes sem recursos, sem meios, votados à sua própria vontade, ao destino, tantas vezes assustador, cheio de incertezas, cruel “, evidenciando que, “ a juventude, a camaradagem criada entre todos, o espírito de inter- ajuda, a abnegação pelo cumprimento do dever, fez dos nossos soldados, valorosos patriotas que não temeram em dar a própria vida pela defesa da sua Pátria “, sendo que, “ foi desta união e da camaradagem criada em palco de guerra que surgiram os convívios que anualmente se fazem, um pouco por todos cantos do nosso país, manifestações autenticas e espontâneas alicerçadas em laços de amizade que perduram pelo tempo, que recordam os momentos difíceis passados na guerra, celebram a própria existência e recordam aqueles que, por actos de coragem e valentia, partiram tão cedo desta vida “.
Evidenciando que, “  são actos e manifestações sem precedentes, evocações de tempos de juventude difíceis, onde a vida e a morte caminhavam lado a lado, sem nunca haver a certeza do que poderia acontecer no momento seguinte”, o presidente da ACUP de Castelo de Paiva, referiu que,  a guerra colonial, deixou marcas profundas em todos os soldados que por ela tiveram que passar, num tempo de juventude que se perdeu, foram medos que se sentiram, foi a dor e a saudade da separação dos entes mais queridos, foi a bala que feriu milhares de jovens que ficaram deficientes, foi a bala que matou tantos sonhos que, num momento se desvaneceram como o vento, recordando depois, os ex-combatentes em situação de "Sem Abrigo", os marginalizados pela sociedade, os eternamente esquecidos pelos governos de Portugal.
Recorde-se que, a ACUP - Associação dos Combatentes do Ultramar Português, foi fundada em 7 de Junho de 2002, com o objectivo de dignificar os interesses dos ex-combatentes do ultramar português, tendo a associação desenvolvido junto das autoridades nacionais, um grande esforço para que os ex-combatentes nunca possam cair no esquecimento, evidenciando-se a importância social dos diversos protocolos assinados junto com o Governo e outras entidades públicas e tem vindo, desde a sua fundação, e em parceria com o Ministério da Defesa, a desenvolver todos os esforços para apoiar todos os ex-combatentes do ultramar português que solicitam ajuda, criar parcerias com Instituições e Associações, no sentido de sinalizar e encaminhar para os locais apropriados de ex-combatentes em situação de "Sem-Abrigo", marginalizados pela sociedade, rastrear e encaminhar ex-militares com problemas e distúrbios de foro psicológico e psiquiátrico, tendo em conta que, a associação tem como objectivo principal, contribuir para colmatar e minimizar situações difíceis e complicadas relacionadas com ex-soldados portugueses e as suas próprias famílias, contribuir para minimizar as dificuldades, aproximar os ex-combatentes, lutar pela dignificação do papel dos soldados em defesa do seu país, bem como dar voz àqueles que teimosamente querem fazer esquecer.
O programa destas comemorações, para além da homenagem prestada aos combatentes paivenses falecidos na Guerra do Ultramar, junto ao Monumento localizado na vila, que agora completou 15 anos, e que contou com Guarda de Honra dos militares do Regimento de Engenharia 3 de Espinho, contemplou ainda uma missa na Igreja de Real, em sufrágio por todos os combatentes que tombaram em cenário de guerra, terminando com um almoço de confraternização no Hotel S. Pedro e um momento de animação musical com convivio entre todos os participantes, convidados e dirigentes da ACUP.
Entretanto, a Associação de Combatentes do Ultramar Português, que desde o inicio do ano tem dispobilizado um serviço de apoio psicológico aos ex-combatentes e familiares, esteve  recentemente representada ao mais alto nivel, nas cerimónias oficiais do 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que este  ano se realizaram na cidade de Lamego, onde participaram no desfile comemorativo,  e vai promover no proximo dia 27, no espaço do Auditório da Bioblioteca Municipal, uma Conferência subordinada ao tema " A Guerra do Ultramar Português - Uma Geração em África", realizando em simultâneo uma cerimonia de condecoração de alguns ex-militares com a Medalha de Campanha.


Carlos Oliveira

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