Evento registou boa adesão de visitantes
REVIVER A TRADIÇÃO EM NOJÕES RECRIANDO A ANTIGA FEIRA DA LOCALIDADE
Numa parceria da assumida entre a ADEP –
Associação de Estudo e Defesa do Património Histórico Cultural de Castelo de
Paiva e a Cooperatipaiva – Cooperativa de Serviços e
Agricultura, realizou-se ontem uma jornada de recriação da Feira
de Nojões, numa acção assumida como um tributo à memória e vivência das
gentes deste lugar, pertencente à freguesia de Real.
O evento, que teve uma excelente adesão de visitantes,
integrou mais de duas dezenas de expositores, para além das
tradicionais barracas dedicadas à gastronomia regional paivense, fazendo recordar
a vivência de outrora naquele local onde se comercializava o linho, animais
domésticos, gado bovino e suíno, bem como todo o tipo de produtos agrícolas, e
onde floresceu o pequeno comércio e industria de calçado e marcenaria até
meados do século passado, bem como uma centro de acolhimento de inúmeros
artesãos.
Recorde-se que, este local recebeu ( Vilar de Nojões )
o Foral de Payva a 6 de Maio de 1517, sendo já conhecido como
local de passagem conhecida de mineiros e almocreves que cruzavam o território
paivense.
Recriar a Feira de Nojões e recordar esse
tempo longínquo, bem como estas datas incontornáveis relacionadas com o Foral
de Payva, estiveram na génese desta iniciativa que, através de uma lógica
de respeito e valorização da história, pretendeu através de um conjunto de
expositores e stands, promover e retratar a identidade do concelho de Castelo
de Paiva, procurando dar mais visibilidade e dinâmica cultural a esta
localidade e às suas gentes.
No espaço da feira, a ADEP potenciou a
oportunidade dos visitantes puderem apreciar o conjunto de fósseis, sustentado
na colecção de Antonio Patrão, um ex-mineiro de Castelo de Paiva,
natural de Pedorido, que recolhe fósseis há mais de 30 anos, tendo a sua
curiosidade pelos elementos paleontológicos começado quando encontrou uma
trilobite numa pedra de uma casa em ruínas, tornando-se um apaixonado pela
geologia e um admirador dos fósseis da região carbonífera do Pejão,
agora doados a esta associação de defesa do património.
A comercialização de produtos agrícolas, a presença de
diversos artífices, a venda do artesanato regional e dos animais domésticos, a
mostra dos utensílios agrícolas, as danças e costumes de outrora, o bom vinho
da terra, a cozinha tradicional da época, as modas, as danças e os cantares de
antigamente, foram argumentos de peso e de grande interesse deste certame que,
teve grande adesão popular e impacto cultural, numa contagiante alegria e
entusiasmo que marcou positivamente este evento anual, traduzido num
emblemático e cativante quadro pitoresco, da vivência rural dos antepassados
paivenses.
A animação etnográfica deste evento contou com a participação
do Grupo do Linho e da Escola de Musica da Freguesia
de Real, destacando –se o apoio e colaboração da CM de Castelo
de Paiva, Junta de Freguesia de Real e Associação Social e
Cultural de S. Gonçalo de Nojões, entidade participou activamente na
realização deste jornada histórica e cultural.
O edil Gonçalo Rocha esteve na cerimonia de
abertura do mercado, enquanto o Vereador do Pelouro da Cultura, José
Manuel Carvalho, esteve no certame no período da tarde, acompanhado do
presidente da Junta de Freguesia de Real, Victor Quintas, tendo
ambos evidenciado o interesse desta louvável iniciativa, sendo que, para além
de fazer reviver o passado, este tipo de realização, pode ser assumida como uma
referência turística do concelho, incentivando a respeitar, ainda mais, as
nossas verdadeiras origens.
Carlos Oliveira
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