Por causa do estado de abandono da EN 225
POPULAÇÃO DE CABRIL, EM CASTRO DAIRE PODE BOICOTAR AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS
A população de Cabril, uma das freguesias do Vale do Paiva, pertencente ao concelho de Castro Daire, está na disposição de boicotar o próximo acto eleitoral de 5 de Junho, relativo ás Eleições Legislativas, evidenciando o protesto pelo estado de degradação em que se encontra a EN 225 e o abandono a que esta acessibilidade tem sido sujeita.
Estabelecendo ligação entre a sede do municipio castrense e o concelho de Castelo de Paiva, num percurso quase ribeirinho de cerca de 70 quilometros, esta estrada de montanha serve uma vasta população do Vale do Paiva, mas sempre foi esquecida pelo Poder Central e, particularmente, pela entidade que tutela as Estradas de Portugal e, mesmo a sua manutenção, sempre deixou muito a desejar, o que sempre motivou fortes protestos dos utilizadores e das populações que serve, habituadas a sofrer na pele a amargura da interioridade, traduzida numa acessibilidade difícil, antiquada ao trânsito actual e constantemente degradada, que desde há décadas não tem uma beneficiação condigna.
Neste contexto, por iniciativa de Fernando Silva, foi criada na freguesia de Cabril, uma Comissão de Utentes da EN 225, com o objectivo de lutar pela melhoria desta rodovia e reclamar junto do Governo pelo abandono e o mau estado em que se encontra a estrada que serve a região do Vale do Paiva.
Este interlocutor realça que foi necessário constituir um grupo de pessoas para se avançar para a defesa da EN 225 e se protestar contra a degradação a que este acesso rodoviário chegou, “ uma vez que esta região depende desta estrada, porque é a nossa única ligação para a sede do concelho, para ir para a capital de distrito, e para a região do Grande Porto, para além de possibilitar o acesso a outros destinos “, explicando ainda Fernando Silva que as populações das freguesias de Pinheiro, Ester, Parada e Cabril, do concelho de Castro Daire, de Alvarenga e Vila Viçosa, do municipío de Arouca, e das freguesias de Nespereira e Travanca, do concelho de Cinfães, deviam estar unidas e coesas em torno deste protesto, apelando mesmo ao boicote ás proximas Eleições Legislativas, para que o país possa conhecer o abandono a que esta estrada chegou e o Governo seja responsabilizado pela sua atitude de desprezo para com estas populações.
“ Os sucessivos Governos deste país tem se esquecido de nós e deixam-nos ao abandono, não somos tratados e não temos os mesmo direitos e condições dignas de vida como têm os outros cidadãos do país. Quando há eleições pedem o nosso voto, até prometem muito, mas depressa se esquecem que também somos gente e, como os restantes portugueses, temos direito a ter, pelo menos uma estrada condigna na nossa região… “, refere este responsável da Comissão de Utentes da EN 225.
Evidenciando que o que está em causa não é uma Auto-Estrada, nem muito menos uma Via – Rápida, Fernando Silva destaca a vital importancia da EN 225 para a região do Vale do Paiva e o seu interesse regional, uma vez que sendo um percurso quase ribeirinho desperta atractividade e interesse turístico, agora mais do que nunca com a procura do Rio Paiva por parte de milhares de adeptos das “Águas Bravas “ que anualmente visitam a região, daí a necessidade de obras urgentes de beneficiação da via, ao nível de um novo tapete betuminoso e valetas em betão com boa drenagem das aguas pluviais, assim como o corte de algumas curvas desnecessárias e até a construção de uma pequena ponte em Eiriz, potenciando encurtar a distância e eliminar um troço muito estreito.
Apesar da reunião feita ao mais alto nível em Fevereiro de 2010 que teve o seu epílogo na edilidade Castrense, perante a presença dos Governadores Civis de Viseu e Aveiro, autarcas do Vale do Paiva e representantes da empresa EP- Estradas de Portugal, até hoje nada foi feito para melhorar a EN 225 e as nossas reivindicações continuam a cair em “ saco roto “, daí a Comissão de Utentes pedir agora, a toda a população destas freguesias servidas por esta acessibilidade, “ que se unam e manifestem o seu protesto e que não votem no dia 5 de Junho, fazendo valer os seus direitos e reclamando uma estrada melhor, usando a única arma que temos, o nosso voto “.
Texto de Carlos Oliveira
Lutando, não tem nada a perder ! Antes pelo contrário !
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