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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

É luso-descendente e tem origens no concelho
EMBAIXADOR DE FRANÇA EM PORTUGAL
RECEBIDO NA CM DE CASTELO DE PAIVA




O Embaixador de França em Portugal evidenciou ontem toda a satisfação de, finalmente, conhecer o concelho paivense, as suas verdadeiras origens e laços familiares, recordando tempos muito recuados em que, o seu avô, António Teixeira, um lenhador de Sardoura – Castelo de Paiva, emigrou para França entre as duas guerras mundiais. A nação gaulesa tinha perdido um milhão e meio de homens na Primeira Guerra Mundial e precisava de mão-de-obra….a seguir foi o seu pai lançado na odisseia da emigração para o território francês.

 
Pascal Teixeira da Silva, desde Setembro de 2010 a representar a pátria gaulesa no nosso país, falava no contexto da visita oficial ao concelho de Castelo de Paiva, onde a convite do Executivo Municipal, presidido por Gonçalo Rocha, foi recebido nos Paços do Concelho, numa cerimónia em que, para além do Governador Civil de AveiroJosé Mota, esteve também presente aCônsul de França na cidade do Porto, Aude de Amorim.
Na cerimónia de recepção ao diplomata francêso presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva mostrou o seu entusiasmo por receber, no concelho “ um filho da nossa terra “, num momento de emoção e prestigio para o concelho, sabendo que o principal representante de França no nosso país é um luso descendente, com origens no concelho.
Gonçalo Rocha fez questão de, a exemplo do nosso povo, enaltecer as qualidades do diplomata e a sua carreira, destacando “ a sua humildade, o trabalho desenvolvido, a capacidade de assumir desafios e de lutar contra as adversidades, sem nunca perder o brio e o orgulho da sua Pátria, na companhia da família “.
Para o edil paivense, o Embaixador Francês teve um gesto notável, que muito sensibilizou e é digno do reconhecimento de todos os portugueses e também paivenses, quando afirmou “ ser um orgulho particular e um honra especial representar a França em Portugal “, sendo “ uma espécie de gratidão e homenagem para meus avós e para o meu pai, falecido há 17 anos “, o que demonstra, sublinhou o autarca, “ a enorme grandeza humana da sua personalidade, vincando a humildade própria de quem ama e respeita sempre as suas origens “.
Considerando esta visita um sinal de esperança e de incentivo, Gonçalo Rocha evidenciou o decisivo e entusiasmado contributo do Embaixador Pascal da Silva, na perspectiva de, num futuro próximo, se intensificar mais as relações entre os povos de Portugal e França, com natural beneficio para Castelo de Paiva, terra de centenas de emigrantes no território francês.
Este encontro, segundo o edil Gonçalo Rocha, mostra a vontade de promover um salutar intercambio com a realidade francesa e estimular as relações com esta potencia Europeia, que acolhe milhares de emigrantes portugueses, muitos deles oriundos do concelho de Castelo de Paiva, possibilitando também, a promoção e divulgação das potencialidades de Castelo de Paiva além fronteiras, permitindo que o Embaixador de França possa contactar empresários locais e conhecer empresas no território paivense, com actividade orientada para o mercado francês.
Na certeza de que França é um país amigo, “ onde vive uma vastíssima comunidade portuguesa e muitos paivense ali radicados, em busca da realização dos seus ideais, na procura de um projecto ou melhores condições de vida, e que têm contribuído para o desenvolvimento sócio económico do país que os acolheu “, o presidente da Câmara Municipal, a todos exortou para que não esqueçam o concelho e que possam contribuir, de alguma forma, para o sucesso da terra de Paiva e que se esforcem por transmitir a filhos e netos o testemunho das suas origens e o orgulho de terem nascido em Castelo de Paiva.
A concluir, Gonçalo Rocha mostrou-se esperançado que, mesmo em período de dificuldades acrescidas, é possível seguir este exemplo de determinação e orgulho, enfrentando, com ânimo, arte e coragem, os obstáculos e contrariedades que nos esperam, numa vontade indómita de prestigiar o concelho e construir um futuro melhor e mais digno, realçando ao mesmo tempo, que este encontro com o Embaixador de França, mostra a vontade recíproca de promover um salutar intercambio, permitindo estreitar de relações e a grande possibilidade de dar a conhecer Castelo de Paiva, divulgando as suas potencialidades
Recordando também as suas origens paivenses, o Governador Civil de Aveiro louvou o gesto da autarquia de Castelo de Paiva em receber o Embaixador de França, colocando o concelho na agenda politica e cultural, e dar-lhe a conhecer a terra natal, patenteando a força da comunidade portuguesa neste país parceiro da União Europeia, onde milhares de portugueses e muitos paivense trabalham com afinco, mostrando sempre o orgulho da nação lusitana.
José Mota recordou que Castelo de Paiva precisa de se projectar ainda mais, dar a conhecer a gente boa e importante que tem espalhada pelo Mundo, daí justificar a importância deste intercambio com França e com um grande conterrâneo que nunca esquece as suas raízes, e que pode ajudar a promover boas relações entre as regiões e desenvolver interesses comuns.
Começando por ler um texto onde retrata a história do rumo do seu avó nos caminhos da emigração para França, o Embaixador Pascal da Silva falou depois da sua aventura por terras gaulesas, seguindo as pisadas dos familiares directos, a forma como conseguiu construir estruturar a vida e construir uma carreira diplomática, abordando também, o gosto de vir a Castelo de Paiva, à terra dos descendentes, conhecer familiares e as suas verdadeiras origens.
Embaixador Francês mostrou se agradado com o convite da edilidade paivense e do acolhimento protagonizado, e não esqueceu a comunidade portuguesa em França, onde entre quase um milhão de portugueses, estão por certo, muitos paivenses que trabalham para o sucesso do país de acolhimento, mas que não esquecem a terra portuguesa, ficando encantado com a beleza do concelho e as suas potencialidades turísticas.
Pascal da Silva agradeceu a recepção municipal e na perspectiva das excelentes relações existentes entre Portugal e França, concluiu dizendo, querendo contribuir para um futuro mais promissor e profícuo entre os dois povos e, agora mais do que nunca, ajudar esta região de Portugal, onde tem as suas origens e familiares e foi terra dos seus antepassados que evoca com muito orgulho.
Recorde-se que Pascal Teixeira da Silva nasceu em Gironde – Bordéussendo o primeiro francês filho de português, oriundo de Castelo de Paiva,  a ocupar o importante cargo de Embaixador de França em Lisboa, dominando bem a língua portuguesa, ate porque,na sua geração, Pascal foi o único a aprender português, na universidade, aos 20 anos, “ pelas mesmas razões, segui o exemplo do meu pai mas também porque compreendi que é uma parte da história familiar e é uma espécie de enriquecimento e continuação de tradição e a possibilidade de manter o contacto com o resto da família em Portugal”, conta o Embaixador de França.
“ É uma relação especial de uma família que tem duas pernas, uma em França e outra em Portugal”, explica Pascal da Silva, sublinhando que “ é a primeira vez que a relação especial ao nível humano tem uma incarnação ao nível das relações diplomáticas” entre os dois países.
A relação com Portugal é também a da História, para um diplomata apaixonado por cartografia e que fala com entusiasmo da “energia incrível dos navegadores”. “ Impressiona-me a curiosidade que os europeus, particularmente os portugueses, mostraram. Um desejo de saber, de descobrir, de não ficar em casa, de conhecer os outros. As motivações foram diversas mas sempre houve uma curiosidade intelectual na aventura colonial, não apenas para fazer comércio ou adquirir novas terras”, afirmou quando chegou para cumprir a nova missão na capital portuguesa.
A recepção ao Embaixador de França no espaço do Salão Nobre dos Paços do Concelho, começou com uma actuação de um dueto da Academia de Musica de Castelo de Paiva, com os professores Hélder em guitarra e Fátima Neto em violoncelo, um Porto de Honra, seguindo-se visita pela urbe paivense e um almoço no Hotel S. Pedro.

GIRP/Carlos Oliveira

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