Sargento da GNR acusado de corrupção passiva recusa-se a falar em julgamento

Penafiel, 12 Nov (Lusa) - O actual comandante da GNR de Paços de Ferreira recusou-se hoje a prestar declarações no início do julgamento em que está acusado dos crimes de corrupção passiva, abuso de poder e violação do segredo de justiça.
Os alegados crimes terão sido praticados em 2003 quando o sargento-ajudante Eduardo Espírito Santo era adjunto do comandante do posto da GNR e Lousada.
Além daquele graduado, estão acusados neste processo, cujo julgamento decorre no Tribunal de Penafiel, mais dois guardas da GNR, que também não quiseram falar nesta primeira sessão de julgamento.
Segundo a acusação, o graduado da GNR terá avisado o proprietário de uma casa de diversão nocturna na região do Vale do Sousa para a realização de buscas nocturnas por efectivos da GNR.
O graduado, beneficiando do posto que desempenhava, terá ainda prestado informações sobre processos-crime envolvendo os referidos proprietários.
O sargento-ajudante responde também por, alegadamente, não ter cumprido um mandado de detenção que tinha em seu poder relativo ao dono de uma das casas de diversão.
Ainda segundo a acusação, o arguido seria presença assídua em almoços e jantares com os donos dos referidos estabelecimentos, mas nunca pagaria.
Na primeira sessão de julgamento, o actual comandante do Destacamento de Penafiel da GNR, capitão Adriano Rocha, afirmou que em 2005 teve conhecimento da existência de escutas ao sargento Espírito Santo e a outros militares seus subordinados, que apontavam para indícios criminais que constam do processo.
Afirmou também que transmitiu esses dados aos seus superiores e que estes terão determinado a abertura de processos disciplinares.
Elogiou, por outro lado, as qualidades profissionais do sargento Espírito Santo.
O julgamento prossegue dia 25 de Novembro com a audição de mais testemunhas.