O jovem trompista Luís Vieira foi seleccionado para a Orquestra Mundial Jeunesses Musicales, que integra quase 100 músicos de 52 países, mas só convida parte deles para cada ciclo de concertos.
Luís Vieira integrava a lista de 64 suplentes desse colectivo sinfónico - que quase não atribui lugares permanentes aos executantes de instrumentos de sopro - e foi convidado a participar nos concertos de Primavera que a orquestra promove de Maio a Junho em Bilbau e Alicante.
Natural de Castelo de Paiva e finalista da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, Luís Vieira considera que o convite da Jeunesses Musicales “é uma oportunidade para valorizar o currículo e para viver uma experiência única”.
Aos 20 anos, o jovem mostra-se consciente de que “em Portugal é muito difícil fazer carreira como músico de orquestra” e adivinha que a saída profissional mais provável para instrumentistas recém-formados seja “dar aulas em academias, conservatórios e escolas profissionais - e mesmo isso não é fácil”.
“Actuar com uma orquestra destas, que obedece a um extremo rigor artístico, pode, no entanto, abrir algumas portas”, afirma Agostinho Vieira, pai do Luís e director da Academia de Música de Castelo de Paiva, onde o trompista recebeu a sua formação inicial e cuja orquestra ainda integra.
“Como músico que sou”, recorda Agostinho Vieira, “não fiquei muito tranquilo ao saber que era esta carreira que o Luís queria seguir, porque sei que em Portugal não há muitas oportunidades para músicos de orquestra”.
Apesar disso, a família apoiou a decisão do jovem e hoje mostra-se optimista ao constatar que “a trompa está a ganhar um papel muito importante nas orquestras sinfónicas”, o que Agostinho Vieira reconhece como vantajoso para o filho.
A crescente preferência pela sonoridade da trompa não é, contudo, o único aspecto que joga a favor do Luís: “Ele tem um talento inato que soube desenvolver com muito trabalho e de forma muito metódica”, diz o director da Academia de Castelo de Paiva.
“O facto de ter estudado piano durante muitos anos, também lhe dá uma visão da música mais globalizante, o que só se consegue através do contacto com um instrumento harmónico”, acrescenta o pai do músico.
Luís Vieira parte a 17 de Maio para Bilbau, onde irá ensaiar o repertório definido para os concertos nessa cidade e em Alicante.
A Orquestra Jeunesses Musicales foi criada em 1949 por Igor Markievitch, afirmando-se definitivamente em 1970, quando Gilles Lefebvre a consolidou como o primeiro colectivo mundial de jovens.
Começou por ter sede no Canadá, em 1988 mudou-se para Berlim e desde 2004 funciona na Cidade das Artes e das Ciências que o arquitecto Santiago Calatrava desenhou para Valência.
Já foi conduzida por maestros como Leonard Bernstein, Yakov Kreizberg ou Kurt Masur, cabendo a sua actual direcção artística ao maestro Josep Vicent.
Em 1996, a orquestra foi eleita Artista para a Paz pela UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
Na sua lista de reserva tem outros três músicos portugueses: Samuel Bastos, no oboé; Gabriel Rodríguez Antão, no trombone; e Ricardo Carvalhoso, na tuba.
AYC.
Lusa/Fim
Luís Vieira integrava a lista de 64 suplentes desse colectivo sinfónico - que quase não atribui lugares permanentes aos executantes de instrumentos de sopro - e foi convidado a participar nos concertos de Primavera que a orquestra promove de Maio a Junho em Bilbau e Alicante.
Natural de Castelo de Paiva e finalista da Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, Luís Vieira considera que o convite da Jeunesses Musicales “é uma oportunidade para valorizar o currículo e para viver uma experiência única”.
Aos 20 anos, o jovem mostra-se consciente de que “em Portugal é muito difícil fazer carreira como músico de orquestra” e adivinha que a saída profissional mais provável para instrumentistas recém-formados seja “dar aulas em academias, conservatórios e escolas profissionais - e mesmo isso não é fácil”.
“Actuar com uma orquestra destas, que obedece a um extremo rigor artístico, pode, no entanto, abrir algumas portas”, afirma Agostinho Vieira, pai do Luís e director da Academia de Música de Castelo de Paiva, onde o trompista recebeu a sua formação inicial e cuja orquestra ainda integra.
“Como músico que sou”, recorda Agostinho Vieira, “não fiquei muito tranquilo ao saber que era esta carreira que o Luís queria seguir, porque sei que em Portugal não há muitas oportunidades para músicos de orquestra”.
Apesar disso, a família apoiou a decisão do jovem e hoje mostra-se optimista ao constatar que “a trompa está a ganhar um papel muito importante nas orquestras sinfónicas”, o que Agostinho Vieira reconhece como vantajoso para o filho.
A crescente preferência pela sonoridade da trompa não é, contudo, o único aspecto que joga a favor do Luís: “Ele tem um talento inato que soube desenvolver com muito trabalho e de forma muito metódica”, diz o director da Academia de Castelo de Paiva.
“O facto de ter estudado piano durante muitos anos, também lhe dá uma visão da música mais globalizante, o que só se consegue através do contacto com um instrumento harmónico”, acrescenta o pai do músico.
Luís Vieira parte a 17 de Maio para Bilbau, onde irá ensaiar o repertório definido para os concertos nessa cidade e em Alicante.
A Orquestra Jeunesses Musicales foi criada em 1949 por Igor Markievitch, afirmando-se definitivamente em 1970, quando Gilles Lefebvre a consolidou como o primeiro colectivo mundial de jovens.
Começou por ter sede no Canadá, em 1988 mudou-se para Berlim e desde 2004 funciona na Cidade das Artes e das Ciências que o arquitecto Santiago Calatrava desenhou para Valência.
Já foi conduzida por maestros como Leonard Bernstein, Yakov Kreizberg ou Kurt Masur, cabendo a sua actual direcção artística ao maestro Josep Vicent.
Em 1996, a orquestra foi eleita Artista para a Paz pela UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
Na sua lista de reserva tem outros três músicos portugueses: Samuel Bastos, no oboé; Gabriel Rodríguez Antão, no trombone; e Ricardo Carvalhoso, na tuba.
AYC.
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