EU NÃO VOU…

Será que hoje os Paivense vão esquecer?
Estávamos em 1994, quando Cavaco Silva então primeiro-ministro de Portugal decretava o encerramento das minas do Pejão.
Os cerca de 1000 trabalhadores pareciam não acreditar no encerramento duma empresa que durante décadas alimentou todo um distrito e era das maiores do país, sendo mesmo uma das maiores fontes de exportação (do então chamado ouro negro).
Em Janeiro de 1995, era consumado o encerramento da E.C.D. Empresa Carbonífera do Douro, o desespero tomava conta dos ex mineiros que se viam num beco sem saída…
Nunca mais esta terra foi a mesma. Degradação social, falta de condições de vida, desemprego, abandono escolar, emigração, estagnação de desenvolvimento…

Era eu ainda um jovem pai de 5 filhos, pela primeira vez fui atirado para o desemprego, tinha os meus sonhos e nas mãos o destino de 5 crianças para os quais tinha um projecto de vida que passava pelo meu emprego nas minas do Pejão, mas de repente por culpa desse senhor, via todos os meus sonhos se desmoronarem como se de um baralho de cartas se tratasse.
Será que hoje em dia de visita do agora Presidente da Republica, Cavaco Silva e então Primeiro-ministro de Portugal, os Paivense vão esquecer o principal responsável por este drama em que o conselho vive? Talvez e acredito mesmo que aqueles que na hora mais difícil dos mineiros do Pejão, nos abandonaram, hoje se vão sentar em local vem visível batendo palmas de hipocrisia, ou talvez não?
Aguardemos para ver as fotos dos jornais e as imagens das televisões.
Mas esperem aí, não virá cá Ele para pedir perdão aos Paivenses? Certamente este será uma exigência de todos nós ao Sr.: Presidente da Republica “UM PEDIDO DE DESCULPAS”

António Pinto